segunda-feira, 29 de junho de 2015

EM "INFOGRÉCIA"


Manipulação da imprensa pelo FMI sob investigação



19 Junho, 2015


sociedade

media


O Comissão de Disciplina do Sindicato de Jornalistas também vai investigar a denúncia do ex-representante grego no FMI de que vários jornalistas e comentadores participaram, a convite do Fundo, em seminários na Grécia e nos Estados Unidos, tendo depois servido à opinião pública a versão dos credores acerca da necessidade dos memorandos e das políticas de austeridade.

O Sindicato ESIEA, que junta jornalistas dos diários e emissoras com sede em Atenas, anunciou em comunicado que a sua Comissão Disciplinar irá investigar o caso, mas rejeita quaisquer acusações feitas sem provas e com o objetivo de denegrir a classe. O ESIEA reafirma ainda a condenação ética a qualquer dos seus membros que aceite subornos com o objetivo de enganar e desinformar o público.

A denúncia partiu de Panagiotis Roumeliotis, no depoimento dado esta semana à Comissão de Auditoria e Verdade sobre a Dívida Grega. O ex-representante grego no FMI afirmou que por várias vezes se cruzou em Washington com jornalistas gregos na altura da discussão dos memorandos, que lhe disseram estar ali a convite do FMI para “ações de formação”.

Roumeliotis disse que para além de jornalistas havia também economistas e professores universitários gregos, adiantando ter conhecimento de sessões semelhantes promovidas pelo FMI na Grécia. A presidente do Parlamento, que também tem em marcha uma comissão de inquérito aos memorandos da troika, afirmou que iria pedir ao FMI as listas com os nomes dos participantes nessas ações de formação, tendo Roumeliotis sugerido que a pedisse ao diretor de comunicação do Fundo Gerry Rice.

O único nome dos participantes nessas “ações de formação” foi dado por Zoe Konstantopoulou: o do jornalista televisivo Yiannis Pretenteris, que admitiu ter participado em seminários do FMI num livro que publicou. O deputado do Syriza Leonidas Vatikiotis comentou a falta de transparência que a situação levanta, quando os jornalistas se tornam “altifalantes do FMI, pregadores da austeridade, adversários das greves e dos funcionários públicos”.

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