segunda-feira, 1 de junho de 2015

Da Ciência, in "DN", Portugal


Combinação inédita de medicamentos pode travar melanoma


por B.C.HojeComentar


Fotografia © D.R.


Dois medicamentos conseguiram parar, em quase 60% dos casos, a progressão deste tipo de cancro. Nova terapia "tira os travões" ao sistema imunitário e permite-lhe reconhecer e destruir os tumores.


Um estudo internacional que contou com a participação de 945 doentes conseguiu, através da combinação de dois medicamentos, parar o crescimento do melanoma - o mais perigoso dos cancros da pele - em 58% dos casos.

Os resultados são inéditos e podem significar um avanço importante no controlo deste tipo de cancro, extremamente agressivo, diz a BBC. O estudo, levado a cabo por uma equipa de cientistas britânicos, foi apresentado na Sociedade Americana de Oncologia Clínica. Os dois agentes responsáveis pelo sucesso do tratamento, e que até agora não tinham sido combinados, são o ipilimumab -com o nome comercial Yervoy - e o nivolumab, cuja nomenclatura de mercado é Opdivo. Ambos foram desenvolvidos pela farmacêutica norte-americana Bristol-Myers Squibb.

Os dois conseguem agir sobre o sistema imunitário, que incorpora inúmeros "travões" que o impedem de atacar os seus próprios tecidos. O cancro, que é uma versão corrompida do tecido humano saudável, consegue beneficiar destes travões para atacar o organismo. Combinando estes medicamentos, foi possível controlar o avanço da doença: das 945 pessoas que participaram nesta pesquisa, 58% viram o tumor encolher pelo menos um terço, redução que se manteve ou estabilizou nos 11 meses e meio seguintes.

Usando apenas o ipilimumab no tratamento, os números são bem menos impressionantes: o tumor reduziu em 19% dos doentes, mantendo-se estável por dois meses e meio. Os resultados do estudo foram publicados no New England Journal of Medicine.

Um dos principais investigadores britânicos em oncologia, James Larkin, disse à BBC que fornecendo ambos os medicamentos aos pacientes é possível tirar dois travões ao sistema imunitário, permitindo-lhe reconhecer tumores que antes não reconhecia e agir para os destruir. "Em imunoterapia, nunca vimos diminuição de tumores superior a 50% e isso é muito significativo", reconheceu. "Esta é uma modalidade de tratamento que julgo que irá ter um grande futuro no tratamento do cancro".

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