"As minhas palavras têm memórias ____________das palavras com que me penso, e é sempre tenso _________o momento do mistério inquietante de me escrever"
sexta-feira, 1 de maio de 2015
PORTUGAL: ninguém escapa a CASOS DE CORRUPÇÃO!
Ex-director de Equipamentos do MAI acusado de corrupção e branqueamento
PEDRO SALES DIAS
30/04/2015 - 22:13
Adjudicações irregulares de obras na PSP, GNR, ANPC e SEF causaram prejuízos financeiros ao Estado superior as 900 mil euros. Doze arguidos vão a julgamento por vários crimes de corrupção activa e passiva, participação económica em negócio, branqueamento de capitais, abuso de poder e falsificação de documento.Miguel Macedo em 2013 na inauguração da esquadra de Aldoar, no Porto: o MAI já confirmou que a investigação partiu de uma denúncia sua. NELSON GARRIDO
4
TÓPICOS
PSP
GNR
Polícia Judiciária
Ministério Público
Ministério da Administração Interna
questões sociais
MAIS
Obras em instalações do PSP, do SEF, da ANPC e da GNR sob investigação
Ex-director-geral do MAI fica em prisão preventiva
Convento privado reconstruído com dinheiros públicos está abandonado em Monsaraz
Presidentes de seis das maiores construtoras brasileiras acusados no esquema de corrupção da Petrobras
O ex-director geral de Infra-estruturas e Equipamentos do Ministério da Administração Interna, João Alberto Correia, em prisão preventiva desde em Abril do ano passado, foi esta quinta-feira acusado pelo Ministério Público de corrupção no âmbito de adjudicações irregulares de obras na esfera daquele ministério que causaram prejuízos financeiros ao Estado superiores a 900 mil euros, adiantou esta quinta-feira a Procuradoria-Geral da República (PGR) em comunicado. Estão em causa obras na PSP, SEF, GNR e Autoridade Nacional de Protecção Civil.
No âmbito do inquérito, 11 arguidos e o ex-director irão a julgamento por vários crimes de corrupção activa e passiva, participação económica em negócio, branqueamento de capitais, abuso de poder e falsificação de documento. João Alberto Correia que esteve até esta quinta-feira em prisão preventiva, vai passar a aguardar julgamento em prisão domiciliária, tendo sido o próprio Ministério Público a promover a alteração da medida de coacção.
“Ficou indiciado que os arguidos actuaram concertadamente no sentido de beneficiar determinados empresários, mediante a adjudicação de contratos públicos em violação das normas da contratação pública e em prejuízo do princípio da livre concorrência”.
Segundo a PGR, os valores cobrados a propósito das obras adjudicadas “foram intencionalmente inflacionados de modo a permitir a obtenção de mais-valias indevidas para os arguidos, incluindo o ex-director”. O “Ministério Público, que representa o Estado, deduziu pedido de indemnização para reparação dos prejuízos causados ao erário público”, acrescenta ainda a Procuradoria.
Durante a investigação, que contou com a participação da Unidade Nacional de Combate à Corrupção da Polícia Judiciária, foram feitas buscas nas instalações da Direcção-Geral de Infra-estruturas e Equipamentos do MAI e inquiridas 70 testemunhas. As buscas alargaram-se ainda vários locais do país, nomeadamente em empresas de construção civil, numa operação que envolveu algumas dezenas de inspectores da PJ.
A investigação passou a pente fino os contratos assinados pelo dirigente. Uma busca na base de dados da contratação pública permite concluir que João Alberto Correia recorria em abundância ao ajuste directo, o que aconteceu 224 vezes nos três anos que esteve em funções. Nesse período, o dirigente só realizou um concurso público, tendo feito 19 ajustes directos de obras em instalações do MAI com valor entre os 140 mil e os 150 mil euros, o limite máximo para os ajustes directos previsto nas regras da contratação pública.
São exemplos disso a ampliação da sede da Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC), em Carnaxide, a remodelação da 2.ª Esquadra do Comando Metropolitano de Lisboa da PSP, várias obras de adaptação dos antigos governos civis a instalações do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) ou da GNR.
João Alberto Correia foi nomeado por um despacho de Março de 2011 assinado pelo então primeiro-ministro, José Sócrates, e pelo respectivo ministro da Administração Interna, Rui Pereira. Isto duas semanas e meia antes de José Sócrates ter anunciado o seu pedido de demissão. O ex-director-geral é doutorado em arquitectura pela Universidade de Salford, Reino Unido, tendo sido entre 2009 e 2010 consultor para a área da construção do então secretário de Estado Adjunto das Obras Públicas, Paulo Campos. Em 2009 foi igualmente adjunto do secretário de Estado adjunto e da Justiça, Conde Rodrigues.
O inquérito resultou de uma participação do MAI, então gerido ppelo ex-ministro Miguel Macedo, que “no âmbito de uma auditoria e processo de inquérito à Direcção-Geral de Infra-estruturas e Equipamentos — realizado pela Inspecção-Geral da Administração Interna — determinou a remessa ao Ministério Público dos factos apurados com eventual relevância criminal”, salientou então o ministério.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário