sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Poema: ROUXINOL





















ROUXINOL





Um mar inundado de azul-turquesa chama pelo poema

que range dentro do poeta.

Chamariz misterioso ,

dança nas orlas das ondas- leito- amniótico da espuma, a dissolver-se

no areal da nostalgia cíclica dos ventos.

A vida das metáforas desenrola-se na concha dos búzios,

­ [ a tropeçar nos versos de areia-neblina,

[ em ditirambos de bucólica saudade.



Na turbulência do timbre filosófico do crepúsculo,

cantam páginas imensas de sílabas intensas,

bagos de branca-rubra - liberdade…



Um rouxinol escorrega em árvores de contradições-da-música-vida,

quando Vivaldi irrompe em erupções de melodias contrastantes

num painel de pautas coloridas, onde os soluços se exprimem

[por inflexões narcisistas…



Os círios das catedrais dissolvem –se nos mitos das mentiras.

Os vitrais recolhem as cores do soar-do-sino das neblinas,

[ de opacas almas, emaranhadas-

[-em -sinestesias-vida…



Poeta-olhos marejados de sussurros crepusculares

em perfumes de magnólias,

à hora da viagem dos moliceiros altaneiros

de cabelos-algas esverdeados, na ria de embustes marinhos,

[traiçoeiros.



(Astrolábios de borrascas enganaram tantos madeiros…)

Bienais das neuroses fundeiam nos lamaçais aquáticos de Veneza…

O poeta repousa à sombra de um pinheiro onde um canto de rouxinol

[lhe leva à alma, a euforia…



Vem o Inverno que lava a terra ********* as laranjas cheiram a poesia…

As árvores apaixonadas por cordões de húmus abraçam as giestas

no repouso das florestas,

num refluxo de ternuras…palavras meigas a nascer O DIA…







Maria Elisa Rodrigues Ribeiro

MERR-REG-CR/4-SET/013 (O.I.)







Sem comentários:

Enviar um comentário