"As minhas palavras têm memórias ____________das palavras com que me penso, e é sempre tenso _________o momento do mistério inquietante de me escrever"
quarta-feira, 23 de outubro de 2013
POEMA: REVOADAS DE COMETAS...
REVOADAS DE COMETAS…
Casulos prenhes de vida, as gotas de orvalho sucedem-se nas noites
a embaraçar a tessitura das teias
onde as aranhas escondem segredos afoitos…
…gotas da noite sobre a ponta dos seios das árvores esvaem-se no
jardim das artérias da terra, ansiosa por madrugadas molhadas,
tocadas por sinfonias de ventos , nas nuvens acampados.
[O céu anda pela terra
[e esmaga-nos em ondulações
[de azul rumorejante…
Fala-me o movimento das tuas pestanas
presas ao fascínio das estrelas acordadas.
.que deixam escapar vogais, nos pedaços de vida
das minhas plumas entontecidas.
[Revoadas de cometas perdem-se na minha fronte
[desejando escrever teu nome nas costas nuas
[do meu espelho,
[grávido de Passado-a-continuar-o-Presente…
Os pássaros sobem nas neblinas que cobrem as colinas
a abrir a porta de uma infância ,obliterada
pelos tempos dos ventos
que passaram em fragmentos de luz repentina.
À margem, a noite de ondas azuis quer apagar as palavras que escrevi na palma da mão do sonho.
Mas o sonho é o meu poema!
E é verde como as folhas de esperança, acumuladas nas árvores e nos fios de erva!
Verdes são também os olhos de água…
_____________________________...as portas dos musgos na idade dos muros…
_____________________________...as secretas sombras dos teus olhos
_____________________________guiados pela luz da lua a abraçar clareiras
_____________________________de pulsações tranquilas, como o dedilhar de
_____________________________uma sinfonia,
na trémula sombra das vozes que se encontram no silêncio murmurante do sino da aldeia,
[…tão distante…
Maria Elisa Rodrigues Ribeiro
(MERR)
REG:CR2 (MQC)-OUT/013
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