domingo, 8 de setembro de 2013

POEMA: POR VEZES...TUDO-POUCO...
























POEMA




POR VEZES…TUDO-POUCO…




São lanças de fogo, meus olhos,
quando circulam por entre feiticeiras papoilas rubras,
a sorver a brisa-
-a- ondular nos loiros trigais, de pés-cordas-de-violinos.

Por vezes,
odores a âmbar e marfim celeste dos fonemas-
esfera - astral,
murmuram suores nas naves da loira catedral,
que cicia tons ancestrais
da majestade
das crateras ornamentais
dos sentidos, ruídos-de-corpos…

Sonhadoramente,
momentâneas escoras das naus do desassossego
entoam melodias
do rumor das profundezas marinhas,
que orientaram bússolas madrugadoras de um solo de férteis sílabas,
num continuamente- Sempre…

Por vezes,
têm odor a ópio- oriente as mãos dos malmequeres bravos
das espirais de pétalas-mátria,
quando afagam Oríon sob as estrelas,
num mar de seda onde os cisnes descrevem círculos lentos,
atentos ao rumorejar do grão da tempestade
nas fortes coxas da seara-verdade.

Por vezes, deliro…
…por vezes, suspiro-o-tempo-que-respiro…
…por vezes, encontro-te-em-mim…
…assim…
…abraçado às pupilas do meu seio onde,
por vezes- TUDO…por vezes -POUCO!

Por vezes,
o destino está no meio, entre o verde e o azul,
na luz da vidraça, ao pé da hera,
a caminhar para um crepúsculo vermelho-dourado
de profundas artérias dos opúsculos do desejo…

Por vezes,
esqueço a métrica, a sintáctica e a rima…
Nem me lembro da ética…
Deixo que o poema viva da imagética rubra
que, pelo teu corpo,
em meu destino vibra.


Maria Elisa R. Ribeiro
REG:11CR-(ERT)-SET/013

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