MAIOR QUE UM CHORO
Abrir caminho ao longo das memórias é ir, fatalmente,
ao nosso encontro ao Tempo-Passado e
ao percurso que fizemos,
a partir do-que-fomos-sendo.
Com plena consciência, assumo que sou somente o Agora
em que me movo, em cada Segundo- Presente-Futuro,
lago obscuro, onde não sei se ainda existe um verbo nadar.
O céu brilha a vida dos raios de sol.
A Natureza É…naturalmente bela
como foi-nascendo,
a amadurecer na
beleza natural de SER.
Do pensamento, sopram-me ideias de jardins belos,
eternamente viçosos,
onde as flores vivem a abanar ao som das brisas precisas
-no-existir
e as árvores ramalham músicas do cantar das aves, em suaves
sinfonias,
constantes-no-porvir.
Olho, além, onde umas tiritas do rio refrescam as velas do
veleiro a deslizar…
Nada me engana…vejo o mundo-a-ser, passando por mim como as
águas a correr…
…mas sofro!
E intrigam-me as palavras que mordo e me borbulham na
língua,
caindo para o papel…
amor desamor libertação vida morte…OUTONO!
…Outono-regra das folhas douradas a cairem-para-voltar-a-Ser…
…ruído de um silêncio maior, que a Vida sabe de cor…um
silêncio sabedor
do marulhar dos pensamentos,
em tímidos ribeiros-
do- chocalhar dos rebanhos …
Hoje, meu poema é um segredo, onde choro.
No meio do fumo de um cigarro, entranha-se o sol langoroso e
quente,
imune às humanas crises…permanentes…persistentes…doentes -de
-Ser!
Maria Elisa Rodrigues Ribeiro
(MERR)—REG
(MST)-SET/013-(CR)
Uma maravilhosa reflexão poética, rica no conteúdo e na imagem que ela reflete:A felicidade precisa ser uma simbiose do estado de espírito à beleza do que se contempla,entende, valoriza e reconhece. Perfeito!
ResponderEliminarCarinho, Lu
Minha querida Lu: foi a primeira vez que, na minha Poesia, aflorei este tema...A morte, nosso fim inexorável. Pelo caminho ficarão as alegrias (chocalhos), a própria vida que passou(o rio), e ficará a Natureza, as flores...tudo!
ResponderEliminarBeijinho, querida!