domingo, 9 de janeiro de 2022

POEMA

 






SUAVEMENTE

 

 

Ouves, luar?

É o amor, impaciente, a clamar por atenção.

Ouve-o , atentamente, no respirar das estrelas saltitantes

perturbadoras e insistentes

do mágico movimento.A Lua Crescente compreende a impaciência, 

em que, conhecedora das noites dos amantes,

por lá pernoita, brilhante e prenhe de luz.

A lua sabe da nossa existência, porque a sente no irremediável odor

do toque que acabas de dar-me na face e nos cabelos, que se ajeitam...

...que cabem nessas mãos em que ME existo e ME entrego

 de um modo cego.

 

(Não há códigos, nem divinos nem humanos,

 que tolham a inocência da demência da entrega.)

 

Suavemente,

 seguras o meu pescoço e viras meu rosto para o teu.

Milagre do céu...Vertigem do Amor...Sufoco da dor natural...Ardor de cio fatal...

 

Perdidos os sentidos(Todos num confundidos-Verso de GARRETT)

Há acordes musicais que soam aos ouvidos como sinos das catedrais.

 

Tudo nos é indiferente, pois existimos só nós

Nesta leveza pesada da lua, tremendamente embaraçada.

E até logo à noite, o dia inconsciente da nossa verdade

Cheia de intensidade, decorre

                                                       naturalmente.

 

 

©Maria Elisa Ribeiro

DEZ/2021

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