segunda-feira, 10 de janeiro de 2022

NOVO POEMA







 SUAVEMENTE

Ouves, luar?
É o amor, impaciente, a clamar por atenção.
Ouve-o , atentamente, no respirar das estrelas saltitantes
perturbadoras e insistentes
do mágico movimento.
A Lua Crescente compreende a impaciência,
em que, conhecedora da noite dos amantes,
por lá pernoita, brilhante e prenhe de luz.
A lua sabe da nossa existência, porque a sente no irremediável odor
do toque que acabas de dar-me na face e nos cabelos, que se ajeitam...
...que cabem nessas mãos em que ME existo e ME entrego
de um modo cego.
(Não há códigos, nem divinos nem humanos,
que tolham a inocência da demência da entrega.)
Suavemente,
seguras o meu pescoço e viras meu rosto para o teu.
Milagre do céu...Vertigem do Amor...Sufoco da dor natural...Ardor de cio fatal...
Perdidos os sentidos("Todos num confundidos" -Verso de GARRETT)
há acordes musicais
que soam aos ouvidos como sinos das catedrais.
Tudo nos é indiferente, pois existimos só nós,
nesta leveza pesada da lua,
tremendamente embaraçada.
E até logo à noite,
o dia, inconsciente da nossa verdade
cheia de intensidade, decorre
naturalmente.
©Maria Elisa Ribeiro
Direitos reservados
DEZ/2021

Sem comentários:

Enviar um comentário