"As minhas palavras têm memórias ____________das palavras com que me penso, e é sempre tenso _________o momento do mistério inquietante de me escrever"
sexta-feira, 20 de novembro de 2015
Este tipo é outro doente...(in "Público")
Candidatos à Casa Branca admitem BI para muçulmanos e isolar "cães raivosos" entre refugiados
ALEXANDRE MARTINS
20/11/2015 - 10:27
Câmara dos Representantes aprova proposta que na prática trava entrada de refugiados sírios. Presidente Obama já prometeu vetar o documento."Vamos ter de fazer coisas que seriam impensáveis há apenas um ano", disse Donald Trump BRIAN SNYDER/REUTERS
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O fantasma dos atentados terroristas de 11 de Setembro de 2001 e a campanha eleitoral em curso para a escolha dos próximos candidatos à Casa Branca estão a deixar os Estados Unidos à beira da histeria colectiva, uma semana depois dos ataques em Paris. Na quinta-feira, a Câmara dos Representantes aprovou uma proposta que, na prática, fecha a porta aos 10.000 refugiados sírios que o Presidente Obama se comprometeu a receber no próximo ano, e entre os candidatos do Partido Republicano à Presidência há quem compare sírios a cães raivosos e quem admita emitir bilhetes de identidade (BI) especiais para muçulmanos.
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A proposta que foi aprovada quinta-feira na Câmara dos Representantes já tem o veto garantido do Presidente Obama, mas o facto de ter recebido o apoio de quase meia centena de membros do Partido Democrata é um duro golpe para a imagem da Casa Branca. O documento passou com os votos de 242 dos 246 representantes do Partido Republicano e de 47 dos 188 Democratas – uma votação que pode ser considerada um exemplo de bipartidarismo no actual panorama em Washington, num Congresso profundamente dividido politicamente e onde o Partido Republicano está em maioria nas duas câmaras.
Depois de ter sido aprovada na Câmara dos Representantes, a proposta será votada no Senado (a câmara alta do Congresso), e aí terá uma vida mais difícil – o líder da minoria do Partido Democrata no Senado, Mitch McConnell, prometeu manter as suas fileiras cerradas e convencer senadores republicanos em número suficiente para travar a proposta antes de ela chegar à mesa do Presidente: "Não se preocupem, não vai passar", afirmou McConnell na quinta-feira.
Os senadores só vão votar a proposta depois das férias do Dia de Acção de Graças (nunca antes de 30 de Novembro), mas qualquer que seja o resultado, o Presidente Barack Obama já disse que vai vetá-la. Nas horas que antecederam a votação na Câmara dos Representantes, Obama disparou uma série de mensagens na rede social Twitter em defesa do acolhimento de refugiados.
"Fechar a porta na cara de refugiados seria uma traição aos nossos valores mais profundos. Não é isso que nós somos. E não é isso que vamos fazer", escreveu Barack Obama, a terminar uma série de seis mensagens seguidas sobre o tema, que incluiu uma promessa: "No próximo ano vamos dar refúgio a pelo menos 10.000 sírios que fogem da violência na Síria, depois de passarem os mais rigorosos controlos de segurança."
"Receber os mais vulneráveis de todo o mundo que procuram segurança na América não é uma novidade para nós. Recebemos três milhões de refugiados desde 1975, sem problemas de segurança", escreveu o Presidente dos EUA.
Here, our focus is giving safe haven to the most vulnerable Syrians – women, children, and survivors of torture.
Os 10.000 sírios que a Casa Branca prometeu receber em 2016 (um número ínfimo para as organizações de defesa dos direitos humanos e excessivo para os críticos da medida) terão de ser investigados por agentes do Departamento de Segurança Interna, do Departamento de Estado, do Departamento da Defesa, do Centro Nacional de Contraterrorismo e do FBI, mas a proposta aprovada na Câmara dos Representantes inclui uma exigência que a Casa Branca considera inaceitável – para além de ter de passar pelo rigoroso sistema de controlo, que demora entre 18 meses e 24 meses, um refugiado só entraria nos Estados Unidos depois de o secretário da Segurança Nacional, o director do FBI e o responsável por todas as agências de serviços secretos assinarem uma carta com a garantia pessoal de que esse candidato não representa um perigo para o país.
Em resposta a esta exigência, o Presidente Barack Obama disse que os refugiados já são submetidos a um controlo apertado, e que "a ideia de que eles representam uma ameaça maior do que todos os turistas que entram nos Estados Unidos todos os dias simplesmente não bate certo com a realidade".
Mas vários candidatos que tentam conquistar o direito a representar o Partido Republicano na corrida à Presidência dos EUA em 2016 têm uma opinião radicalmente oposta, destacando-se os dois que nunca ocuparam qualquer cargo político e que estão no topo das sondagens – o magnata Donald Trump e o cirurgião reformado Ben Carson.
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