"As minhas palavras têm memórias ____________das palavras com que me penso, e é sempre tenso _________o momento do mistério inquietante de me escrever"
segunda-feira, 30 de novembro de 2015
Poema (meu)-obra regª
DOR DA LUZ
Se ao menos o Tempo encontrasse o que o meu imo anseia…
Se ao menos eu pudesse ler o aroma dos pinheiros
quando, vergados à neve, choram lamentos
que não cabem nos alfabetos dos ventos dispersos…
Se nevasse nos meus sonhos
e se apagasse a dor da luz que ainda te recorda,
sentirias o ímpeto da seiva telúrica
que, livremente, circula pelas minhas tantas ruas-
-vida imediata de poesia tecida…
Amo essas cores de tela impressionista
que imprimem força ao correr de um rio, para a cascata;
amo a força das ondas do mar que se desfazem
em espuma, num areal de prata;
amo a dor da luz que dos olhos se te solta!
Se ao menos pudesse pintar o mistério
da poesia que tu respiras,
frente às ondas de um mar de sensações…
Se conseguisse ser lúcida
na espontaneidade com que o pensamento te retrata…
Mas a noite e o vento são hostis
e o tempo passa tão rápido
que,ao amanhecer,
da tela que pintei
só uma flauta
toca o som da rosa rubra
a desmaiar,
cansada e sem forças para desabrochar.
Oh! Se ao menos a alucinada poesia não tivesse
palavras para te descrever…
Maria Elisa Ribeiro-
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