sábado, 20 de junho de 2015

DA GRÉCIA...


Bella Ciao, na Praça Syntagma, em Atenas

Hoje ao final do dia, a partir de uma convocatória nas redes sociais, juntaram-se algumas dezenas de milhares de pessoas na Praça Syntagma, no centro de Atenas. As barreiras policiais em frente ao parlamento desapareceram e os manifestantes ocupam tranquilamente a praça.
17 de Junho, 2015 - 23:08h
Francisco Louçã



Praça Syntagma, em Atenas, ao fim da tarde desta quarta-feira. Foto de Francisco Louçã


Hoje ao final do dia, a partir de uma convocatória nas redes sociais, juntaram-se algumas dezenas de milhares de pessoas na Praça Syntagma, no centro de Atenas. As barreiras policiais em frente ao parlamento desapareceram e os manifestantes ocupam tranquilamente a praça.

A mensagem é simples: amanhã, quando o Eurogrupo se reunir no momento de maior tensão das negociações do governo com as autoridades europeias, é preciso que se saiba que o povo apoia uma solução que termine com a austeridade.

Havia alegria, gente de todas as idades, deputados junto com multidão de grupos politicos diferentes, e em todos uma sensação forte: não pode continuar a indefinição, não se deve atrasar mais uma solução. Nos altifalantes, nenhum discurso, mas canções gregas e, no meio delas, o Bella Ciao.

Durante o dia, a Comissão para o inquérito sobre a dívida começou a apresentar as suas conclusões (o debate termina amanhã com as intervenções dos convidados e com uma apresentação pública). Tsipras e alguns ministros estiveram na sessão, que decorre no parlamento. A iniciativa foi lançada pela presidente do Parlamento e juntou especialistas gregos e internacionais, para fazer um levantamento exaustivo dos contratos da dívida, tendo detectado irregularidades, jogos de interesses, abuso de poder, contratos incompletos e um mar de ilegalidades.

Entretanto, para os dirigentes do Syriza que estavam na manifestação, a vinda a Atenas do primeiro-ministro austríaco, que declarou que discordava das medidas de corte nas pensões, é um sinal de apaziguamento que traz directamente um recado de Berlim. Mas dentro em pouco se verá se todos estes sinais contraditórios podem concluir-se numa solução que evite o incumprimento dos pagamentos do fim do mês, ou se chegámos ao fim do caminho destas negociações.

Sobre o/a autor(a)

Francisco Louçã

Sem comentários:

Enviar um comentário