terça-feira, 23 de setembro de 2014

Poema meu








POÉTICA

Rentes ao corpo (porque nascidos das memórias das palavras, de tantas palavras lidas, engolidas pela mente, estacionadas nos sentidos),os versos desenham-se no papel e ficam gravados nessa pele macia que, por muita neve que caia, nunca sentem qualquer ponta de frio




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Surgem do átrio do Tempo como aves sedentas, doridas no livre horizonte lexical que reluz na luz dos astros livres;
ouvem a flauta de Apolo, perseguem corações amantes pelas montanhas da terra e do mar, enrolam-se em sons do paraíso das almas vibrantes, que procuram o momento- para-falar..
São coração que indaga o sentido mais profundo da vida que o poeta lhes deu, sem nada explicar do mundo de silêncio-espaço-mudo, avesso à melodia do tempo calmo de um salmo.





São poema feito-desfeito em sílabas dispersas, reagrupadas sob uma concha de mão livre de vento.


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No meio de enigmas, labirintos, segredos e contradições das verdades da Verdade-Vida, os versos vão tecendo uma tessitura de fios-segredo-de-teia, que estremecem de volúpia ao mais leve sopro de vento

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E o “homem do leme” treme e sonha pesadelos, por baixo do céu azul onde o Tudo parece fundir-se só com actos, sem palavras.

Sem rota pré- determinada porque o Futuro-é-Agora, viaja no tempo que lhe vai somando dias…E tem saudades de quando não existia nesse Então, em que a palavra já vivia.


O “homem do leme” vai, contudo, apesar de tudo, contra tudo. Porque é Poeta! Porque é Alma! Porque o seu canto é misterioso e desce do ouro dos céus!

Maria Elisa Rodrigues Ribeiro
SET/014

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