sábado, 27 de setembro de 2014

POEMA meu








Poema :










POEIRAS DE AZUL

A água das marés,
em conchas líquidas e esverdeadas
aprisionada entre o coração das areias douradas
de um extenso areal nu,
retira-se,
recuando logo-logo, para a imensidão azul.




*Em ondas determinadas, pré-determinadas pelo Segredo, vão sonhos, ânsias e vontades, vão vidas perdidas na confusão das costas das estrelas-do-mar, nos lábios quebrados de conchas já naufragadas*


* Vai vida no enleio do pensamento dos veleiros que percorrem distâncias do Sonho, no querer dos marinheiros*


*Vagas alterosas das margens do tempo atiram baixéis para solitários arenosos assentos*

* Na labiríntica papoila do pôr-do-sol desembarcam madeiros, âncoras e lemes com sabor a águas salgadas e algas cansadas, em extensões de poeiras desertas-de-azul*




A noite da História atravessa
os muros dos tempos…
Mas as manhãs amadurecem na polpa dos frutos
e nos lacrimosos odores das flores,
que gemem novos rebentos.




*Nas margens do Tempo as algas vivas estremecem a cada movimento das águas profundas…e os corpos que obedecem ao Tempo, sequiosos vão secando, tal fossem algas estendidas à mercê do sol e do vento*







Maria Elisa Rodrigues Ribeiro
Julho/014


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