DE FRANÇA...

Gaza-França
Esquerda colabora com a polícia para controlar manifestações em ParisPara evitar repetição de confrontos e ver uma nova manifestação pró-palestiniana autorizada, partidos de esquerda, de extrema-esquerda e sindicatos franceses cooperam com a polícia para isolar "extremistas".
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Daniel Ribeiro, correspondente em Paris |10:25 Quarta feira, 23 de julho de 2014


O Governo socialista mantém, aparentemente, a firmeza que o levou a proibir anteriores manifestações pró-palestinianas, na região da capital francesa. "Se se verificarem incidentes no decorrer do desfile, se ouvirmos de novo 'morte aos judeus', vamos prender pessoas", avisa Bernard Cazeneuve, ministro do Interior.

No entanto, o executivo, que foi muito criticado, até por socialistas, por ter proibido manifestações de solidariedade com Gaza em Paris e nos arredores e desse modo ter favorecido a onda violência que então se verificou, mudou de posição. Acusado pelos críticos de limitar a liberdade de expressão e de transmitir uma imagem da França demasiado colada às posições de Israel, desta vez o Governo autorizou uma manifestação para esta quarta-feira ao fim do dia, em Paris, alegando que os organizadores "são mais responsáveis do que os anteriores".

Os organizadores do novo desfile em Paris e em mais cinco localidades francesas são militantes do Partido Comunista, de sindicatos, da extrema-esquerda, de várias associações humanitárias e ainda alguns "socialistas de esquerda". O primeiro-ministro, Manuel Valls, que esteve na primeira linha ao defender a proibição das anteriores manifestações, confirmou que a organização se comprometeu em dar "garantias de segurança".

A vigilância da manifestação desta quarta-feira será assegurada em conjunto pela polícia e pelos serviços de ordem do PCF, do Novo Partido Anticapitalista (trotskista), do Partido de Esquerda (Comunistas e socialistas dissidentes, semelhante ao português Bloco de Esquerda) e ainda da central sindical CGT, que corresponde à portuguesa CGTP.

"O objetivo é isolar eventuais provocadores que pretendam criar incidentes violentos", disse um dos membros do "Coletivo nacional para uma paz justa e duradoura entre palestinianos e israelitas" que foi constituído para organizar este desfile entre as praças Denfert-Rochereau e Invalides. O percurso parisiense evitará a passagem nas redondezas de sinagogas, por estas terem sido atacadas nos últimos dois fins de semana, o que levou o Governo a denunciar o "antissemitismo" de alguns manifestantes.

Julgados em processos rápidos e sumários, diversos jovens foram condenados na terça-feira a penas de prisão por terem participado nas manifestações proibidas dos passados sábado e domingo.  Partilhar no Facebook  Partilhar no Twitter

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