quinta-feira, 28 de novembro de 2013

POEMA: REGRESSO (meu)




REGRESSO


Regresso a mim, vinda do lado mais claro de todas as esperanças.
É um retorno contínuo, desde que Aconteci, enquanto Outros se entregam
 sem luta, aos duros efeitos da derrota-de-sonhar.
   ______________Sempre-a-Acontecer, confio na força do cordão umbilical
_______________de onde me desprendi, no mais cedo-do-Acontecer.

Confesso que o silêncio me despiu a Alma,
sempre que a pus no diálogo dos meus monólogos
que se estendem,
 ao cair da noite,
 pela vastidão de um poema.

É a Poesia quem preenche os espaços vazios da solidão,
que fala pelos meus dedos, presos a uma folha de papel.

Flutuo nas palavras que marcam cada passo do meu escrever
________________nos dentes escancarados do Tempo,
_______________essa folha de vento que passa-a-cantar.
Passa…como passaste tu,
 quando decidiste perder-te na lonjura da distância
 das rosas que te dei ,para pontuar a ânsia do Meu-no-Teu-olhar…
 …passa, como passam as estrelas da noite quando chega o alvorecer
envolto num véu de nuvens, que tendem a desvanecer…
…passa, como passam as marés altas do mar, com tantas
                                           [histórias para contar…

Regressarás?
…Nem as pétalas regressam às rosas, depois de cair!
…Nem as mesmas águas enchem outras marés!
…Nem as palavras são as mesmas nos diálogos-monólogos!
*…e até um Poema tem certo tempo para acontecer…*

Só voltam sempre as estrelas do anoitecer, no claro do luar…
…mas tão inatingíveis, que é impossível estender os braços para as enlaçar.
Nada conseguirá retê-las num espelho do firmamento,
___________pois são como sereias, que não nadam num mar de tormento.

____________E eu amo as colinas vivas a reverdecer,
______________os rios a deslizarem por íngremes descidas
_________________para o vale-perfil das árvores-a-desabrocharem
_________________nas primaveras da vida que ninguém pode parar-sem-
                                                                             -[o- conluio- da Alma*

Os Oráculos,
             nem mesmo eles! 
         sabem as respostas,
  para o eterno viver dos deuses…


Maria Elisa Rodrigues Ribeiro

MQC-NOV/013-REG: CS

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