"As minhas palavras têm memórias ____________das palavras com que me penso, e é sempre tenso _________o momento do mistério inquietante de me escrever"
quinta-feira, 21 de novembro de 2013
Poema:
A LOUCURA DOS OUTROS…
No silêncio das distâncias, te procuro.
Desassossego habitual, permanente, metódico,
como o da avezinha que procura o ninho, tal qual onda do mar a perder-se
em espuma ,num livre areal.
Meu caminho de outros caminhos perdido nos espaços do meu tempo,
ser -entre-destinos,
obrigas-me a ser poeta,
a ser louca no meio de vogais e consoantes com que formo palavras,
para me sentir como d’antes…
Procuro-te num poema onde as estrelas recolhem pedaços
-de-mim-a-nascer-em-verso.
*Onde anda o que sinto…?
*…nas mãos com que afago-a-ideia-de-ti?
*…no papel onde registo o Tudo-Nada do que foi
uma dança imaginária, escondida sob a pele da areia?
*…na tua sombra descansada sob as folhagens das ramas de
[um certo Outono?
O céu diz-me que a minha loucura é compreender a loucura
[dos Outros…
(Que despedaçada humanidade, esta, que me força a ter o cérebro
cheio de voos de insectos que, ao perderem as asas, perderam também
a gaveta dos segredos dos genes da vida!)
O silêncio das distâncias atravessa as curvas do tempo…
…e eu anseio por ser aquela nuvem que se esconde por detrás
do pensamento, onde inscrevo a urgência de te encontrar.
Cinzas do passado suor e lágrimas sonhos-por-viver
Tudo o tempo-foi-levando, no tempo-que-fui-sonhando.
Provavelmente, devo permitir que os corcéis de MERLIN me levem a AVALON…
Naturalmente, devo guiá-los na onírica sensação de que a luz das estrelas
saberá os caminhos secretos dos trilhos de sombras escuras,
onde o assobio dos ventos vai delinear a rota destas loucuras…
Vejo musgo agarrado na berma dos atalhos do Sonho.
Socorro-me da maceração de sílabas
à janela iluminada do pensar-a-escrever,
e sinto-te à distância de uma melodia, que só não é
[de euforia,
porque, pelo meio, houve uma sublevação de ventos
num Passado-Imperfeito-de-um- Futuro-que-é-Presente!
Mas… há sempre as memórias, onde nos encontramos, por acaso…
…há o Sena a deslizar…há IL Duomo a repicar…há Debussy e Chopin…
*Há um Hino à Vida, que rompe a cada alvorecer onde um de nós estiver,
no despertar dos pássaros de Atenas, embriagados de Antiguidade-Actual!
Maria Elisa Rodrigues Ribeiro
REG:(MQC)-NOV/013-CS
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário