D. João III, o filho mais velho de D. Manuel I com a sua segunda esposa, D. Maria de Castela, nasceu em Lisboa em 1503 e morreu nessa mesma cidade em 1557.
Em 1521, após a morte do seu pai, D. João III tornou-se no décimo quinto rei de Portugal, ficando conhecido como D. João III, o Piedoso.
Em 1525, casou-se com D. Catarina de Áustria, uma das irmãs da rainha D. Leonor, a viúva do seu pai, e de Carlos V.
Desde bem cedo, D. João recebeu uma educação esmerada, tendo como instrutores a humanistas, físicos e cosmógrafos de renome.
Índice da página
1 A Herança Pesada de D. João III
2 Relação de D. João III Com Outros Países
3 Cultura Com D. João III
4 D. João III e Problemas de Sucessão
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[ Editar ]A Herança Pesada de D. João III
Quando, em 1521, D. João III assume o trono de Portugal, o país estava no apogeu da expansão ultramarina, possuindo territórios espalhados pelos cinco continentes. No entanto, existiam problemas muito complexos que tinham que ser resolvidos.
A nível interno, D. João III manteve a política centralizadora e absolutista dos seus antecessores e procurou reestruturar a vida administrativa e judicial.
Durante o seu reinado, começaram a sentir-se grandes dificuldades económicas, agravadas pelas despesas resultantes da manutenção de um extenso império.
Assim, o país via-se obrigado a recorrer a empréstimos estrangeiros, agravando assim o défice comercial. Ao mesmo tempo, começaram a surgir no país fomes e epidemias.
D. João III (Autor: Imagem em domínio público)
Nos primeiros anos do seu reinado, D. João III continuou com uma política de expansão, o que resultou em os portugueses serem os primeiros europeus a atingirem a China e o Japão. No entanto, par que Portugal pudesse continuar na posse e administração dos locais por si descobertos, era necessário enviar constantemente homens e embarcações a esses locais, o que ficava muitíssimo caro. Além disso, com o reforço do império Otomano, os turcos começaram a atacar o monopólio comercial português na Índia. Por isso, D. João III decidiu abandonar diversas praças comerciais do Norte de África, que eram alvo constante dos ataques dos muçulmanos.
Para contrabalançar estas perdas, D. João III avança com a exploração e o povoamento do Brasil através do sistema de capitanias. Mais tarde, visto que o Brasil era constantemente alvo de ataques de outras nações europeias, ele decide criar aí o cargo de governador geral para o qual destaca Tomé de Sousa.
[ Editar ]Relação de D. João III Com Outros Países
No que diz respeito aos negócios com os outros países europeus, D. João III teve uma administração muito inteligente.
Com Espanha, ele promoveu uma série de alianças através de casamentos, casando ele próprio com D. Catarina, dando D. Isabel como esposa a Carlos V e D. Maria a Filipe II, assegurando assim a paz entre estes dois povos vizinhos.
Com França, D. João III manteve-se neutro no que diz respeito à guerra com Espanha, mas manteve-se firme contra os ataques dos corsários franceses.
Com Roma, D. João III consegue um fortalecimento das relações por introduzir em Portugal a Inquisição (que já havia sido pedida anteriormente por D. Manuel I) e com a adesão do clero português à Contra-reforma.
Com a Inglaterra, a Flandres e os países do Báltico, D. João III intensificou as relações comerciais.
[ Editar ]Cultura Com D. João III
A nível cultural, com o apoio de D. João III, Portugal aderiu à cultura humanista. Nas letras, sobressaíram-se Gil Vicente, Garcia de Resende, Sá de Miranda, Bernardim Ribeiro, João de Barros e principalmente Luís de Camões. Nas ciências destacaram-se Pedro Nunes e Garcia de Orta.
Na educação, D. João III atribuiu bolsas de estudo a vários jovens portugueses em países estrangeiros, transferiu definitivamente a Universidade para Coimbra, tornou-se o fundador de diversos colégios, e ainda, admitiu e apoiou os Jesuítas em Portugal, de forma a alargar o ensino pelo país.
É debaixo do reinado de João III que são enviados os primeiros missionários portugueses para a evangelização dos povos das terras administradas por Portugal. Desses destacaram-se São Francisco Xavier, enviado para o Oriente, e o padre Manuel da Nóbrega que foi enviado para o Brasil.
[ Editar ]D. João III e Problemas de Sucessão
Apesar de ser um homem muito religioso (daí o cognome Piedoso), D. João III é descrito por muitos como um homem infeliz, visto que tendo sido pai de dez filhos, viu todos estes morrerem ainda enquanto era vivo, o que punha em causa a sucessão ao trono.
No entanto, um dos seus filhos, o príncipe D. João, viveu ainda o tempo suficiente para se casar e dar à luz um filho, vindo a falecer quando a sua esposa estava prestes a dar à luz D. Sebastião, que nasceu em Janeiro de 1554.
Assim, quando D. João III morreu, em 1557, o seu sucessor ao trono de Portugal veio a ser o seu neto D. Sebastião, com apenas três anos de idade.
Hoje, podemos encontrar o túmulo de D. João III no Mosteiro dos Jerónimos.
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