"As minhas palavras têm memórias ____________das palavras com que me penso, e é sempre tenso _________o momento do mistério inquietante de me escrever"
quarta-feira, 13 de novembro de 2013
POEMA: POEMA-PRANTO
POEMA - PRANTO
Trouxe-me, o caminhar pelas vias do sonho, a uma cómoda enseada
onde me acordam, ao sabor do vento frio, os gritos do mar, o bater de asas
molhadas de espuma e o espírito da magia marítima
que se adivinha nas ondas emaranhadas.
Uma enseada…um abrigo onde o mar descansa a alma do
revoltear das ondas…onde a espuma se deita na areia dourada
a-repousar-odores- dos -mais-profundos- rumores…
Uma enseada-sacrário da minha solidão…
Paisagem portuguesa de ondas, de algas, de vagas de mar-a torturar
e de conchas esmagadas-em-cheiros -de –canela.
Conheço a cadência das maresias e o azul do profundo leito-de-sereias…
Os navios debandaram.
Todos os manuais, do atlântico ao pacífico
o contaram em lexemas húmidos,
salgados das lágrimas que caíram.
Sou filha do pensamento que levantou âncora e desfraldou velas!
No horizonte, derramei vastos vinhedos e senti poentes
que me acabaram na ponta dos dedos.
Suei palmeiras ardentes a ansiar crepúsculos mornos
enluarados pelo canto dos trovadores, nossos aedos.
Sob astros e constelações passei tantos, tantos serões…
Doem-me ainda as manhãs de Outrora quando caravelas
abandonaram um leito de ervas das sete colinas
ao toque do sino da hora de zarpar…
Minha poesia é feita de mar!
No meu corpo correm veias feitas de ondas
entre pausas de “correntes” que encantaram golfos!
Derrotado,
Aos pés do meu poema
jaz um povo que sonha-----------------cravos vermelhos
no fado negro--------------------------------------dum triste amanhecer…
Anda o sonho à deriva num novo anoitecer
sem conseguir Sorrir-o -despontar- do -SOL!
Maria Elisa Rodrigues Ribeiro
Marilisa Ribeiro-4/2013-(O.I.)
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