sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

POEMA: INQUIETAÇÃO

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Inquieta-se o mundo corporal
Nos gumes de uma lâmina
Ardente
Quente como restolho-flama.
Inacção.
Deambulo, esqueço
E mergulho na água de um rio quente-frio
Que se apodera de mim.
Frio…amansar dos sentidos.
Penso em ti.
………

Entrego-me às aberturas mais profundas do meu SER,
ao desejo de te ver,
de te sentir o Querer,
nas mãos, nos olhos, no corpo drogado
de prazer…
E queimo-me num odor que não permite repousar…

Murmuro-te…recordo-te…revejo-te…
…expludo de sensações que vivem, guardadas num agitado prazer!

Levaste-me TODA contigo! Possuo o APENAS-VITAL

Como matar esta fome, que de repente me consome ??????????????
Se tudo levaste…Apenas o odor deixaste,
na lembrança pulsante de acto de Amor!
…irrepetível? Talvez…Impossível de viver,
sem o toque dessas mãos
que falam magia de morrer, num orgasmo que dói…que flui
como rio deslizante numa cama de sofrer…

Pudesse eu ter-te AGORA-HORA!

Guardaria o teu ardor,
sem a ânsia que me habita…
Fugir-te-ia…ver-te-ia sucumbir a sopros tempestuosos,
gritantes
daquele INSTANTE!
E beijaria teus dedos até poder derretê-los…

Que filme duro, o DESEJO…mesmo que são, correspondido,
Ingrato… ao ACABAR-ALI…

Mais TE PENSO…Todo TE QUERO!

Entreabro aquela porta fechada da qual tu tens o segredo.
Mergulho nela, sem medo…Escondo-a no teu fascínio!
O revelar-me TEMPORAL, no acto de me dar,
é sequência musical de um BACH transtornado,
fascinado , ansioso por escutar…

É pela Beleza que chegamos à Liberdade…os dois, na Hora da Verdade!

E se olhares os campos, Amor, verás flores-mil,
ansiosas por abrir, nos raios do teu olhar!

Sabes? Peco comigo, quando não estou contigo…
Tenho, no coração e no corpo, mensagens de aragens a flutuar
no viver do teu olhar.
Tu sabes que é assim…
E não te rebelas!
Fala a EXPLOSÃO-MAGMA ,
correndo lenta pela encosta da minha colina escondida,
o teu rio, suculento, a fluir…

E dissolvo-me em ti…para abrir a porta do teu florir- a- crescer…

Calo-me…vou deixar que o Amor te toque, nas tuas “Quatro Estações”…
… VIVALDI das tuas sensações genésicas…
Ávida dos sons das aves-do - paraíso, peregrina de teu piano mavioso,
recebo de um sol cor de mel, um hálito de luz ,radioso…
Existes, para mim, num outro mundo…
E a beleza dos teus acordes, é a asa desse mundo…
Pode ser que, para amar, exista todo o tempo do mundo.
Mentira refutável!

Um murmúrio de desespero invade a minha sonata…
Nuvens rastejantes querem toldar-me os sentidos,
que, para ti, mantenho vivos, num céu puro e musical,
num mar de sons majestosos, onde as vagas, raivosas,
discutem o nosso canto de amor…

Todo o tempo do mundo não existe…


Marilisa Ribeiro
R- C11L- (ERTs)-49/ MAIO/011

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