"As minhas palavras têm memórias ____________das palavras com que me penso, e é sempre tenso _________o momento do mistério inquietante de me escrever"
quinta-feira, 22 de dezembro de 2011
POEMA: PEDRA De ROSETA
Vou vadiando, ao luar,
tecendo fados, que quero cantar…
(Vou jejuando felicidade…)
Teço novenas da Vida,
enovelo imagens de ermidas
onde as deponho…
…(Vou aromatizando a alegria, esperando que
se descontrole e me sorria…)
Vou pervagando por entre raios de Lua,
na noite escura, engalanada de Perseidas;
subo a colina dos tormentos…e oro, por momentos,
aos FADOS dos enganos…
(Vou arredando espinhos…
pedras agudas e ervas, dos meus caminhos…)
Vou sonhando…
Sonho tesouros incontáveis…
…construo catedrais do Impossível…
…cálices de líquidos doces…
…relíquias do agridoce que é o meu dia-a-dia,
esta alegria de Noite, de Luar, de Sol…
(Vou furando por entre multidões
que não existem…)
E encontro junquilhos místicos,
cuja doçura está no olor
espalhado em meu redor!
Vou resistindo…esperando perder-me
na beatitude do pecado…
que mora em mim, mesmo ao lado
das flores do meu íntimo jardim…
torno-me documento arqueológico
que se vai descobrindo…
…“Pedra de Roseta”…Esfinge…Champollion do meu mistério!
Na ponta dos dedos, seguro o teu orvalho…
…sémen de vida da flor erecta, aguerrida…
aberta aos mistérios dos galhos endurecidos
que se mantêm na floresta, enlouquecida…
(Penitencio-me na ermida da verde colina…
…meu oratório druidico…minha Natureza-Mãe!)
E sinto a aragem do teu MAR potente e grandioso…
ansioso…
Tem ALMA, o seu suspirar…
…e cheira-me a rosmaninho das ruas
De Jerusalém…camélias rubras do teu bem!
Vou indo, do inconsciente para o consciente,
para o objectivo ideal humano…
…e és meu deus no fim do princípio, encetado na mente…
Sou meu narrador omnisciente e omnipresente, EM MIM…
Quero ir chegando ao teu fim…
Vou andando…vou chegando…a desejar-te!
Fujo das fendas na muralha do EU,
que vou projectando no luar do olhar teu…
QUE ESPERA! QUE CANSAÇO!
R/ C11L-56-(ERts)-MAIO/011
Marilisa Ribeiro
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