quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Poema -ciclo- "Outono-Natureza":TRIGO-PÃO...


FOTOS GOOGLE



É o amor pela Natureza pura, que nos leva ao Alentejo.
Vejo searas loiras, tão lindas!
Meu Deus! Parecem campos de oiro!
Nunca na vida vi um tal tesoiro!

O sol queima e o campo tem sede…como eu!
As árvores pedem gotas d’água, vindas do céu.
As avezinhas escondem-se do calor que apareceu…

O trigo ondula, suavemente,
Como se tivesse vida, de repente!
Lembra as ondas do nosso mar
Onde, há muitos, muitos séculos, decididos,
Nos propusemos navegar.
-Vamos, trigo da minh’alma,
Cresce, mui serenamente;
As ceifeiras esperam, lestas,
A hora de te colher!

Olho-as, na dura canseira,
Curvadas sobre as searas, daquela maneira
Própria de quem se habituou a desbravar a terra.
Agradeço ao Senhor, que me deu outra vida…
É que, desta maneira, assim tão dorida,
Sinto que estaria, comigo, sempre em guerra!







SET/08-CAD.1A-15/08

11 comentários:

  1. Olá Lusibero,
    Um interessante poema ao Alentejo, que me fez lembrar o Alentejo, umas das zonas de Portugal que eu mais gosto. Estou sempre disposta a ir ao Alentejo. Terra de longas planícies, de gente causticada e calorosa, de cheiros e aromas penetrantes...
    Beijinho,
    Manuela

    ResponderEliminar
  2. Muito bem conseguido, gostei mais uma vez.

    ResponderEliminar
  3. Este "trigo-pão" ganho com tanta canseira, suor banhando a terra e sol beijando as espigas...
    Poema ao nosso Alentejo que eu tanto gosto e ainda mais o revejo neste seara de palavras!
    Um beijo carinhoso,Maria!
    Graça

    ResponderEliminar
  4. Minha querida Amiga
    Que saudade, que nostalgia do meu querido Alentejo...onde ficou toda a minha alma.
    Adorei.
    Chorei
    um beijinho
    Sonhadora

    ResponderEliminar
  5. MANUELA FREITAS: eu adoro o Alentejo, também, como região. Passeio pela planície imensa e penso, no entanto, na solidão daquela gente isolada nos "montes"e sinto-a , dentro de mim...
    BEIJO DE LUSIBERO

    ResponderEliminar
  6. SONHADORA: Vejo que posso dizer-te o mesmo que à MANUELA...Só não compreendo por que há gente que não ama aquela região, tão peculiar.
    Beijo de lusibero

    ResponderEliminar
  7. GRAÇA PEREIRA:amo ,como tu, o mistério que advém daqueles extensos campos de "pão"... Pena é que não se tenha, ao longo dos anos, sabido valorizar aquela bendita parte do nosso país... "o celeiro" de PORTUGALjá o não é por motivos que todos conhecemos...
    BEIJITO DA Mª ELISA

    ResponderEliminar
  8. MANUEL MARQUES: retrato, certamente ingénuo, porque penso em termos de coração, de amor ,por aquela linda região de PORTUGAL.
    GRATA PELAS SUAS PALAVRAS, meu amigo.
    BEIJO DE LUSIBERO

    MEU AMIGO: estou a escrever pouco ,em resposta aos vossos comentários. pois sofri ,h´3 dias, uma ligeira paralisia facial, provocada por um vírus, que me afectou um pouco o lado direito da face e tenho o olho direito um pouco fechado. Já desde ontem estou a fazer fisioterapia e a medicação, pelo que penso ir melhorando ,aos poucos. Por isso sinto que parece que vos estou a responder, sem "alma". mas não é verdade! Só espero que os outros amigos leiam isto, para não ter que escrever tanto, a todos.
    mais um abraço de lusibero

    ResponderEliminar
  9. Minha querida amiga, espero que esteja melhor e pense que tudo sempre passa e tu és forte.
    Quanto ao teu poema é sentido e verdadeiro.
    O homem tem o grande defeito de não refletir de onde vem aquilo que o alimenta... pensa na padaria, mas não agradece o trigo e as mãos de quem o ceifa.
    Aqui acontece a mesma coisa com as plantações de cana, MARIA, esta doçura que vem à nossa mesa por força das desgraças de seus cortadores.
    A VIDA é assim e muito bem lembrado quando diz os teus 6 últimos versos.
    Grande abraço em ti

    ResponderEliminar