O verdadeiro terror da existência não está na morte, mas no medo implacável da vida. É o pavor de acordar dia após dia, apenas para encarar as mesmas batalhas, as mesmas desilusões, a mesma dor incessante. É o medo de que nada jamais mude, de estar preso em um ciclo interminável de sofrimento, sem fuga à vista. E dentro desse medo, há um desespero profundo, um grito silencioso por algo, qualquer coisa, que possa romper a monotonia, que possa injetar sentido na repetição exaustiva dos dias. Esse é o horror mais cruel: não o fim, mas a eternidade de uma existência vazia.
— Albert Camus, O Outono
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