O INVERNO DA TERRA , DO AR E DO MAR
Decorre a
noite de olhos abertos, vigilantes,
A descer
lentamente, sem rotas, sobre as janelas
Que são as
estradas das montanhas a definhar de sono, à luz da lua.
As folhas dos
arbustos imobilizados sonham gotas de orvalho
refrescante,
a cairem sobre campos, terras e vidas.
Há vida,
solene e sonâmbula, nos mais estranhos meandros das serras.
Nos seus
coloridos madrugadores, em tons violeta dourado,
a aurora anuncia com toda a alegria o nascer
de um novo dia
e a fuga dos
cometas para um próximo entardecer.
Dou-me conta
de que é Inverno...mas, sem darem por isso,
floriram
rosas selvagens ao pio da vida do alvorecer.
Ao Longe,
ouço o mar que ruge---o desalmado!--- não dorme com medo de se afogar e
morrer...
Então, cheio
de ondas alterosas, atira-se contra areais e falésias,
seguro de
que não vai desaparecer!
O céu soluça
nas nuvens que o encobrem
e vai escurecendo o horizonte.
Abre-se a brisa da porta dos tempos, e por ela voam os meus sonhos,
parentes próximos das lareiras de um AMANHECER-OUTRORA que não
voltei a ter.
Ouço música no adro da Igreja (onde memorizava Vogais e Consoantes) em
noites de lua cheia...cheia como candeia acesa no mar alto, que finge ser um farol.
Perdi meu endereço,
nesse mar onde meus cabelos
parecem algas a
flutuar e
enquanto a noite avança------------avança vestida de crepúsculo,
despida de alvorada,
escura como alma assombrada.
!©Maria Elisa Ribeiro-Portugal
FEV/2015
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