quarta-feira, 25 de maio de 2016

Poema da nossa poetisa...



Poema de Fiama Hasse Paes Brandão (1938-2007), in Net

DOMUS

Ouvirei os ruídos (dos) vivos, percurso de mortos, passadas
horas de afastamento e das visões nítidas;
a ciência dos náufragos, eterno retorno; a vaga
do início das águas, primeiros sentidos da terra
ou hespérida. Hinos (era de ouro) ao sangue
que no atrito circula; à seta, em sua árvore
de arco; à espécie, o primeiro nado. Hóspede
de solo, humano, ergui o corpo; saúda
em Atlântida a ágora; saúda a urbe (onírica).
Onde penetram os membros, esse cortejo. Congregue
os animais; na praça a cúpula vibre. Seus dons exerça
em exílio — numa estação adversa ou oiço
em fontanários e harpas o mesmo
brado: o desejado sítio, ó espera."

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