terça-feira, 31 de maio de 2016

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Em Portugal estima-se que existam 12.800 pessoas escravizadas


JOANA GORJÃO HENRIQUES

31/05/2016 - 00:01


Aumento significativo deve-se a mudança de método usado no Índice Global da Escravatura. No mundo há 45,8 milhões de pessoas em situação de escravatura.
Portugal é o 6.º país cujo governo mais medidas toma para combater o fenómeno REUTERS/FINBARR O'REILLY




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Os números são chocantes, sobretudo se comparados com os dois relatórios anteriores do Índice Global da Escravatura (IGE): em Portugal estima-se que existam 12.800 pessoas escravizadas, mais do que em 2014, quando eram 1400.

O facto de Portugal ter subido 35 posições no ranking dos 167 países com maior índice de escravatura — passou de 157.º para 122.º — não corresponde necessariamente a uma subida de casos, mas mais a uma afinação do método utilizado para chegar às estimativas. O IGE concluiu que os relatórios anteriores subestimaram os dados relativos a Portugal, que é agora o nono país da Europa em proporção da população em situação de escravatura (0,123%).

A escravatura moderna afecta 45,8 milhões de pessoas em todo o mundo, segundo as novas estimativas. É um aumento de 28% em relação ao anterior relatório. Para a pesquisa foram feitas mais de 42 mil entrevistas em 53 línguas, realizadas em 25 países que representam 44% da população mundial.

As estimativas das taxas de prevalência — ou seja, a percentagem da população em situação de escravatura — foram baseadas nos dados destes inquéritos e os resultados foram extrapolados para os países com perfis de risco idênticos com base em 24 variáveis — Portugal, com uma taxa de prevalência de 0,123%, foi considerado idêntico ao Reino Unido, que tem uma estimativa de 11.700 pessoas escravizadas e uma prevalência de 0,018%. Nenhum dos 167 países abrangidos pelo índice está isento de escravatura, notam os autores do estudo.

“Temos melhores formas de medir e isso mostra que a situação é mais grave do que pensámos originalmente”, diz ao PÚBLICO Fiona David, directora executiva do departamento de pesquisa global da Walk Free Foundation, que produziu o IGE divulgado nesta terça-feira. “Este modelo dá-nos resultados mais precisos: em alguns países as estimativas baixaram, noutros aumentaram. A fotografia está a ficar muito mais nítida.”

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