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quarta-feira, 25 de maio de 2016
De Portugal...
Louçã: “Há 20 administradores que acumulam 1000 cargos”
Esta sexta-feira, no comício do Bloco em Elvas, Francisco Louçã citou um documento da CMVM que denuncia que há 20 pessoas que acumulam 1000 cargos de administração em empresas diferentes.
21 de Maio, 2011 - 00:00h
"Só uma dessas pessoas tem 62 cargos e o rendimento mais alto de um destes administradores ascende aos 2,5 milhões de euros”. Foto de Paulete Matos
Perguntando sobre “quem governa este país”, Francisco Louçã afirmou que deveria ser a escolha da democracia, “mas nem sempre é assim”. Este foi o mote para denunciar o comunicado da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), tornado público esta quinta-feira, que diz haver em Portugal 20 pessoas que acumulam 1000 cargos como administradores em empresas diferentes.
Segundo avançou o dirigente bloquista, os cargos concentram-se nas maiores empresas do país, mas não só, sendo que cada pessoa acumula em média 50 cargos. “Só uma delas tem 62 cargos e o rendimento mais alto de um destes administradores ascende aos 2,5 milhões de euros”, disse. “São 20 pessoas para 1000 empregos”, frisou.
Louçã explicou, assim, que quando se pergunta “onde é que está a dívida, porque é que nos últimos anos cresceram os problemas na economia, porque é que se fizeram construções desnecessárias, a resposta está aqui: “20 pessoas com mil cargos de administração, cruzando grupos diferentes, cruzando todo o mapa da economia”.
“É um pequeno grupo de turbo-administradores que voam de empresa para empresa. Chamam a isto trabalho, talvez… mas certamente a isto chama-se renda”, condenou.
“Pede-se agora às pessoas uma escolha, uma decisão”
Lembrando que faltam duas semanas para as eleições, o coordenador da Comissão Política do Bloco apela à decisão, àescolha sobre “como é que a democracia responde aos problemas”.
E para falar dos problemas, Louçã falou do “país real”, onde com o acordo entre a troika, Governo, PSD e CDS, vão congelar-se as pensões que passarão a valer “sempre menos” devido aos aumentos do IVA, dos transportes, dos custos da saúde e com a inflação nos 4 por cento. “No país real, estes partidos propõem que os reformados vivam pior e os trabalhadores percam salário”, disse.
Além disto, no “país real”, 645 mil famílias já perderam o abono de família, o que “faz muita diferença para quem tem muito pouco”.
Francisco Louçã condenou ainda o fecho das maternidades, dos centros de saúde e de outros serviços na região alentejana, para sublinhar a crítica à intenção de privatização dos CTT e da ferrovia de Sócrates e Passos Coelho, “serviços que são essenciais para esta região”.“Privatizar a ferrovia é uma irresponsabilidade contra a democracia e é a ausência de uma política de transportes eficiente e mais sustentável ambientalmente”.
O dirigente do Bloco afirmou que agora a decisão é sobre “uma democracia responsável que lute pelo país” e que o Bloco se concentra nas questões essenciais: emprego, pensões, salários, justiça. “Não há ninguém que não tenha um amigo ou familiar que não seja desempregado ou tenha um trabalho precário. É preciso criar emprego, distribuir emprego”.
“É tempo de mudar de rumo”
No comício em Elvas intervieram também os candidatos do Bloco pelo círculo eleitoral de Portalegre, Paulo Cardoso e Ana Freitas, que afirmaram que “é tempo de mudar de rumo, pelo respeito social, contra a morte do distrito”. Para isso o Bloco tem propostas, disseram, exemplificando com medida bloquista aprovada que permitiu denunciar a Delphi, em Ponte-de-Sôr, empresa que recebeu subsídios do Estado para criar emprego e depois despediu 400 pessoas.
Manuel Sosa Aparício, da Esquerda Unida em Espanha, condenou a Europa do mercado, “submissa à ditadura da banca”. “Em Espanha, como em Portugal, luta-se agora para devolver a democracia ao povo”, disse, referindo-se aos protestos nas Portas do Sol em Madrid, e na praça do Rossio, em Lisboa.
Já Miguel Salavert Manzanera, representante da Plataforma “Refinaria No”, lembrou a convergência entre espanhóis e portugueses na luta contra as refinarias poluentes em Espanha e a Central Nuclear em Almaraz. “O ambiente não tem fronteiras, a luta também não”, disse.
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