"As minhas palavras têm memórias ____________das palavras com que me penso, e é sempre tenso _________o momento do mistério inquietante de me escrever"
quinta-feira, 26 de dezembro de 2013
POEMA "IN MEMORIAM" , DEDICADO À GRANDE ESCRITORA E POETISA PORTUGUESA MARIA GABRIELA LLANSOL.
Uma escrita virada para o Interior...Uma autora grandiosa, quase desconhecida, muito difícil. Pessoa ,ao pé dela, é-me fácil.Maria Gabriela é um mundo por descobrir. A VELA, no meu poema, é uma afirmação de luz, de "uma luz" que não me iluminou ainda; por isso, me considero uma " llansoniana"...Volto atrás, em cada uma das suas obras, sem ter "entrado" na mensagem...
POEMA:
IN MEMORIAM
Maria Gabriela Llansol
Velas acesas pela casa, reacendem o perfume dos suspiros da natureza,
que entranha o pensamento da depressão da escrita.
Pés de fonemas, endiabrados de odor, correm pelos jardins e elevam arbustos ao nível das flores-de-jasmim ,
no meio de estrofes aromáticas
que tocam o centro da mística das palavras-mágicas.
(Vem sentar-te a meu lado, rosa rubra, a quem quero ensinar a escrever, sem papel nem livros, as pétalas vermelhas em que te embrulhas!)
(Aproxima-te, vela acesa, e lê os indícios simples das árvores ramosas apagadas pelas rochas da praia, numa onda de nebulosa espuma!)
(Abre-te, porta das sementes, para que consiga descobrir sinais das horas do semeador, que se exprimem através da luz perdida no teu ventre-palavra-suada, numa aragem de louvor.)
Perante a voz da Palavra-acesa está a luta que se trava, entre vírgulas, pontos e reticências, no campo de batalha da tua existência-vela-acesa.
*Penetram-me épocas idades do tempo claridades de amanhecer
cintilações do crepúsculo faúlhas da lareira acesa-no- Atlântico-longe-a-permanecer*
Oh, desassossego! Não oiço essa escrita que, de árvore passa a pedra-pássaro, a figura geométrica do meu compasso de Espera…complexa e incómoda rede de labirintos ornamentais
da voz-Palavra…voz de poesia-luz, no mistério de uma verdade inquieta.
Não te oiço, mulher-palavra-magia!
E vou viajando a “perder países” neste “sentir-sinta-quem-lê”, de um jardim-paisagem que me força a descer à Natureza-escrita da humildade, de mim-que- te- não-sei-Saber…
Resplandecerá Outro dia desta Noite, que é já Amanhã?
Flores vagas de uma grinalda de luz repousam sobre o piano, prisioneiro, ele também, da linguagem-tua,
flor de sonata inquieta, aberta no fechado do raiar de um Novo Odor.
…maturação desconhecida, é o silêncio das demais pessoas…o lápis , a luz-vela, o corredor, o vermelho romã de um madrigal-Amanhã…
…um orgasmo de escrita rutila na santidade do poema…
…religião que não tenho----------
parede sem nível ----------
indecifrável-texto-antigo--------------
blasfémia do tema---------------------
fonema-colisão-------------------------------------------------------------
…dádiva-corrosiva----------------------------------------------------------------------------------------------------
Maria Elisa Rodrigues Ribeiro
Novembro de 2013 (2 fotos)
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