terça-feira, 27 de outubro de 2015


"Cavaco deu tiro nos pés e tem uma bota para descalçar"
O Presidente da República "dedicou-se a minar a sua própria autoridade”, admite Miguel Sousa Tavares, certo de que “o país não aguenta seis meses com um governo de gestão”.

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POLÍTICA SOUSA TAVARESHÁ 16 HORASPOR GORETI PERA




Miguel Sousa Tavares dedicou parte do seu comentário semanal na antena da SIC à análise do discurso feito na passada quinta-feira pelo Presidente da República, e do qual resultou a indigitação de Passos Coelho para primeiro-ministro.
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“Infelizmente, nesta altura em que o país precisava de um Presidente da República que tivesse uma autoridade por todos reconhecida, o que temos é exatamente o contrário. Cavaco Silva dedicou-se a minar a sua própria autoridade e chega ao fim do mandato com uma autoridade que quase ninguém reconhece”, atirou.

Ainda que partilhe da opinião de que “nunca na história da democracia portuguesa houve países antieuropeístas a formar o governo” e tal não deve acontecer nos dias de hoje, o comentador não concorda com a forma como Cavaco Silva o comunicou.

Segundo Sousa Tavares, o chefe de Estado “tem constitucionalmente uma margem de discricionariedade política na formação do governo que pode usar”, mas esta não foi usada da melhor forma: "'Eu não gosto do governo que estão a formar, sou contra esse governo'", sublinhou.

Na opinião do escritor, no discurso que fez ao país, Cavaco Silva “deu um tiro nos pés” e não ajudou os partidos da coligação.

“Se queria ajudar os partidos da coligação, fez o contrário. Estou curioso por saber como ele vai descalçar esta bota, quando o governo PSD/CDS cair e António Costa lhe apresentar uma alternativa”, rematou Sousa Tavares, não sem deixar o seu olhar sobre a possibilidade de um governo de gestão se manter durante seis meses: “O país não aguenta. Isso é a verdadeira instabilidade e vai contra aquilo que ele sempre disse”.

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