segunda-feira, 20 de outubro de 2014

VINHOS DA BAIRRADA!



A Campolargo é um produtor inconformadoe irreverente, que junta o antigo e o novo, castas históricas da região e outras de todo o mundo DR

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Como é maravilhoso o mundo dos vinhos da Bairrada
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Por José Augusto Moreira

18.10.2014
Por entre o debate sobre as castas, as tradições e o peso histórico dos grandes vinhos do século passado, a Bairrada vive uma dinâmica vivificadora da qual resultam vinhos cada vez melhores e mais aperfeiçoados. Brancos, tintos e espumantes, de Baga e com castas de outras origens, mas sempre com a marca própria do território.


Para lá dos debates sobre o predomínio da Baga, da adopção de castas internacionais ou das técnicas de vinificação, na região da Bairrada há uma espécie de dinâmica vivificadora que se traduz em vinhos cada vez mais interessantes e ao mesmo tempo marcados pela identidade local. E o que é importante notar é que tudo isto é válido tanto para os vinhos que seguem o modelo da tradição como para aqueles que resultam da aplicação das mais modernas orientações de produção e vinificação.

A conclusão, portanto, bem pode ser a de que, para a Bairrada, o que verdadeiramente conta é a localização, as condições de solo e clima que são capazes de transportar para os vinhos características específicas e diferenciadoras. Aquilo a que na linguagem específica se designa por terroir.

Mas nem por isso a discussão e debate deixa de fazer sentido. É dela que parece, claramente, resultar esse efeito vivificador, já que daí resulta um cada vez maior conhecimento das diversas parcelas e tipos de solos, das castas e respectivo comportamento, e, com isso, uma crescente capacidade para obter vinhos melhores e mais aperfeiçoados.

Tudo enriquecido por uma história e tradição de grandes vinhos e com uma invulgar capacidade de perdurarem no tempo, como ficou evidente com mais uma edição do Encontro com o Vinho e Sabores da Bairrada.

A par das novidades recentes, do concurso anual de vinhos e espumantes promovido pela respectiva comissão de viticultura, a oportunidade também para uma prova memorável com vinhos históricos da região. E quantas regiões no mundo se podem dar ao luxo de dar a provar vinhos, brancos e tintos, com dezenas de anos de garrafa e ainda magníficos e sedutores?

Um mundo maravilhoso, o dos vinhos da Bairrada actual, pelo menos na perspectiva do consumidor. Com novos e velhos produtores, estilos e perfis diversificados, tintos, brancos e espumantes com personalidade diferenciadora, uma invulgar aptidão gastronómica, e capazes de seduzir o mais exigente dos consumidores.

O caso Campolargo

Uma dinâmica que, por diferentes caminhos e aparentes dúvidas e contradições, acaba por revelar vinhos únicos e de grande carácter. Um contexto que bem pode ser exemplificado com a casa Campolargo, um produtor irreverente e inconformado, que junta o antigo e o novo, castas históricas da região e outras de todo o mundo, e produz vinhos que, sendo diversos, acabam por expressar sempre também a marca do território bairradino.

O reconhecimento chegou recentemente, com a escolha do branco Cerceal de 2011 como o melhor do mundo no International Wine Chalenge. Prémio tanto mais importante e revelador quanto o concurso é tido como o mais exigente e rigoroso de quantos se realizam anualmente por esse mundo fora.

A par do prestígio e reconhecimento para região, premeia sobretudo um produtor irreverente e pode até funcionar como precioso bálsamo para aqueles que fazem do empenho e persistência a sua estratégia. É que o vinho, com uma produção reduzida de pouco mais de um milhar de garrafas, estava já a ser devolvido por restauradores e distribuidores, alegando a evolução que supostamente afastaria os potenciais consumidores. Acabou recomprado pelos mesmos, que o venderam agora multiplicando em muitos casos várias vezes o preço.

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