quarta-feira, 16 de abril de 2014

POEMA MEU-(OB.REGa)









NÃO ME LEMBREI DE TE ESQUECER…







Não…não me lembrei de te esquecer…

É até normal…ninguém é perfeito, afinal!

E isto…

---------porque o fundo secreto dos teus olhos se transformou

---------num portal para a eternidade, onde me perdi numa procura

--------que deu tempo ao Tempo, para esfarelar cadernos envelhecidos

---------onde te escrevi, num anormal silêncio das eras que foram andando…



( Há quanto tempo não ouves o canto das aves que, de madrugada,

voam pelo céu das memórias, onde impera a música das asas

a baterem na glória-de-eu-te-recordar?)



E, não! Não me lembro de te ter esquecido…



______Alquebrada, peregrina cansada de olhar para as galáxias,

______persigo o sonho axiomático de um delírio do programa

______dos oceanos, revoltados em marés de falácias.



Culpa minha…pois não me lembrei de te esquecer.



Como nuvem passageira, evaporei-me-de-ti sobre o restolhar

das folhas da tarde , que soprou vapores-de-Viver.



_____Sinto-me uma tarde do crepúsculo azul das águas do mar-a-latejar

_____cores de um horizonte, que sonhei, avermelhado de rubor…



É assim, que recordo o não poder esquecer…

…assim…com um odor de cristal-jasmim-rosa

na ansiedade voluptuosa de te ver aparecer,

neste deserto-de-sempre-te-lembrar.



*O vento soprou, para bem longe, o sabor do teu-brilho-de-ser,

numa migração difícil de acompanhar.

E são duras, como pedras, as palavras que não disseste…

…que se foram com a Saudade, num total e perfeito à-vontade…

…mas que persistem em prender-se à imaginação num percurso do silêncio

Interior em que me esqueci de VIVER, porque…

______foram noites de amor em lençóis de seda amarrotados…

______ foram tardes de luz a ver deflagrar os sentidos…

______foram outonos sôfregos, no cimo das falésias,

a apanhar borboletas enfeitiçadas…

______foram milésimos de segundos a contarem os minutos do Tempo,

esperando a chegada da noite impetuosa…





Não! Não me lembro de te ter esquecido!

E, não! Não me quero esquecer de que te lembro…





Maria Elisa Rodrigues Ribeiro

ABRIL/014

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