terça-feira, 29 de abril de 2014

POEMA:





OBRa REGª








Poema:

***

_______________________________e eis-me perante o olhar
que se espelha nas tuas mãos
______________________________ao afagar o meu rosto.

Não existe mundo fora deste momento-de-nós.
Tudo se cala e, silencioso, o tempo vai deixando para trás
uma ternura dentro de outra…e outra…e outra…
Nas palavras, há como que uma areia incómoda,
um cais onde inclinamos a face
de onde emerge a dor, como vento que não pára.

______ Por isso, nos olhamos, calados, imersos em nós. _______

____________________________Perante o olhar das tuas mãos,
quero beijar-te distante dos campos enrugados,
por detrás da árvore de sombra
cujos cabelos se espelham ,na represa
que fala a linguagem das nuvens.
Teu nome está desenhado nos espelhos da mente…
…comigo encostada ao braço, que me colocas sobre os ombros.

_____________________________e eu não sei se ao beijar-te
_________________________estou a edificar ou a demolir minha vida…

Debruçada na janela da escuridão da noite,
pergunto-me o que haverá entre o silêncio crepuscular
e a minha alma, aqui, neste lugar,
onde continuo a querer beijar-te.

Passam os Outonos…
Ao longe, num roseiral de espuma há
sempre dois barquitos que se cruzam…
um a partir, outro a chegar,
frente ao farol que ilumina as brumas.

____________________Só a luz me faz falta para poder olhar-te
____________________a querer-assim tanto-beijar-te.

A vida lateja, distante, num outro lugar,
cujo nome não está escrito no espelho
___________________onde continuo a ver-te e a beijar-te…

Maria Elisa Rodrigues Ribeiro
Abril-014 — com Fatima Prota e 48 outras pessoas.

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