domingo, 20 de abril de 2014

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quinta-feira, 17 de Abril de 2014

Capitães de Abril.

Estamos às portas de uma comemoração especial do 25 de Abril. Com pena minha, temos o Presidente da República que temos, o Governo e uma Presidente da Assembleia que por cá ainda andam e com este pessoal, não poderíamos esperar muito acerca das festividades. Ainda se propôs alarvemente, uns chaimites decorados pela Joana do costume e uns patrocínios de entidades privadas, mas houve vergonha suficiente para não se avançar com essas idiotices. Mas a realidade é de tal forma inverossímil, que até os verdadeiros "heróis" ainda vivos, da Revolução dos Cravos, foram proibidos de discursarem nas comemorações oficiais, na Assembleia da República. O problema é deles, dizem uns, um episódio lateral, dizem outros, mas eu diria que este assunto é demasiado grave para se deixar passar incólume, sem mais consequências.

Por volta do ano 2000, Maria de Medeiros realizou a sua primeira longa metragem e eu que trabalhava na zona da baixa de Lisboa, assisti várias vezes, ás gravações na Rua do Arsenal e mesmo no Terreiro do Paço. Era quase surrealista ver a parafernália militar que se juntava às primeiras horas da manhã, naquelas artérias de Lisboa. Os mais incautos, até se assustavam com o aparato ali testemunhado, deveriam pensar que estavam perante um verdadeiro golpe militar!!

O filme, é um belo testemunho de como tudo aconteceu e não me canso de o rever. Numa entrevista, dada à Radio Comercial, Maria de Medeiros afirmava o seguinte:

-"...Senão fosse a colaboração de João Soares, como presidente da Câmara de Lisboa e de Jorge Sampaio, que ocupava a cadeira presidencial em Belém, tal como a disponibilidade por parte do exército, ao facultar este material mais antigo, não seria possível realizar este projecto. Ainda acrescentando que, da forma como este Governo trata o cinema e a cultura em geral, seria de todo impossível, arranjar verbas e apoios, de forma a concretizar o seu sonho..."

O sonho de todos estes homens que naquela madrugada abriram as portas da liberdade, não passa hoje de uma utopia vã. Ainda por cima, estes mesmos militares, são ostracizados da casa, aonde sempre deveria estar o espírito desta mesma revolução!!!

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