domingo, 23 de fevereiro de 2014

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Aristídes de Sousa Mendes 1885 – 1954

Aristídes de Sousa Mendes 1885 – 1954





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Aristides de Sousa Mendes foi, em 1940, Cônsul Geral de Portugal em Bordeaux, na França. Graduado pela Universidade de Coimbra, foi um advogado de posses de uma antiga família aristocrata e tinha representado Portugal em postos diplomáticos no Brasil, Zanzibar e nos Estados Unidos. As forças nazistas de Hitler tinha entrado em Paris e uma multidão de pessoas fugira para o sul, esperando deixar a França. Seu destino era Bordeaux, onde um visto português podia lhes assegurar uma passagem pela Espanha até Portugal, que era nominalmente neutro; dali talvez pudessem obter um passaporte ou um visto para a América. Salazar tinha ordenado a suas embaixadas para não emitir vistos de saída para russos, exilados políticos portugueses ou quaisquer judeus.

Milhares de refugiados que chegaram a Bordeaux tinham encontrado o apartamento do Cônsul Geral Português e se reuniram do lado de fora, esperando conseguir os vistos. Sousa Mendes, com grande compaixão, decidira desobedecer as ordens de Salazar e ele, com dois filhos, escreveu à mão cerca de 30.000 vistos para salvar o máximo possível de refugiados das mãos nazistas. Uns dez mil desses refugiados eram judeus. Cita-se esta frase dita por ele: "Tenho de salvar estas pessoas, quantas eu puder. Se estou desobedecendo ordens, prefiro estar com D’us e contra os homens, que com os homens contra D’us."

O resultado dessa magnífica ação foi ele ser chamado a Lisboa em desgraça, mas no caminho parou em Bayonne e escreveu mais vistos à mão, salvando assim outros mil refugiados. Quando chegou a Lisboa foi multado e proibido de exercer a profissão de advogado. Ficou reduzido a ter de vender todos os seus pertences pessoais para comprar comida para sua família. Morreu em 1954, sem dinheiro e ainda em desgraça.

O nome de Aristides de Sousa Mendes foi homenageado pelo Congresso dos Estados Unidos, pelo Governo de Israel e recentemente foi restaurado a um lugar de honra e respeito pelo Presidente de Portugal, Mário Soares.

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