segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014































DE MEL…







Quando o sol bater, na janela do meu quarto,

terão ardido, no teu sorriso, os olhos rasos de sede

da eternidade de muitos minutos…



e será meu, só meu apenas,

cada poro da minha pele que já o era, anteriormente…



Nossos foram os secretos ruídos das asas dos anjos

que roçaram o sossego dos abraços, vividos avidamente…



As noites cegas entraram pelos raios dourados

das madrugadas, em que se abriram as veias

do nosso olhar, liquefeito em gotas se suor

esgotadas como cristal rarefeito.

* Quando o sol teimar em bater na vidraça,

pedir-te-ei que fiques aqui,

que não vás embora nos próximos segundos

das horas dos dias-do-Tempo-TODO…

…que não te diluas no meu sono,

esse lago onde lenta, me afundo

e me afasto do mundo.

Tenho medo que a alma, longe de ti,

se torne um vidro embaciado

se não se abraçar à tua alvorada…

Em doce anestesia, o olhar absoluto do meu rosto

sente meu sangue à procura do teu.



· A caminho da alvorada, desvendo-te a última voz do corpo meu

· ansioso por desvendar as intenções do vento------------------------

· que faz correr ponteiros do relógio entre o céu e a terra

· de despojos onde voei as mágoas perdidas pelos espaços livres

· das noites nómadas…

Nas mãos, tenho restos do teu-corpo-no-tempo-todo…

…e sei ,que não sabes as páginas futuras que Me deixarás em branco,

quando te escrever na música do papel

onde as letras estarão

em contornos de desejo e mel…





Maria Elisa Rodrigues Ribeiro

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