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(POEMA: TOCCATA E FUGA…
Falam os ares atormentados, de Saudade,
engolindo ,em seco, lapsos de felicidade.
Alma ferida chora Horas em que o Momento não vem…
E repica o sino do lamento!
Eu era a música delicada com sabor de pele macia,
que se oferecia…
Mas os ares mudavam de direcção
e a minha desilusão crescia
roubando-me a natural harmonia…
(Parecia que uma fanfarra triste e assíntona se calou, dentro de mim!
Não saíam notas melodiosas de dentro da dor, sem fim…
Meu ego adormecido arredou a Alma…tecido de que sou feita…
Refeita…desfeita…numa solidão assim! -calada, dentro de mim…
Montanhas de desalento, atravessadas pelo Vento cortante,
queixam-se dessas rajadas de ar arrogante!
Tal tu, quando deixaste que um amor pujante
se desfizesse em pó de ar distante…
Musgos e líquenes,
Fetos, urzes e abetos, esperam ver-me sorrir,
Para voltarem a florir, na natural força do Renascer!
O rio, que tão contente, desliza entre colinas,
Canta, chorando, a corrente fugidia,
Dentro de margens definidas…
Lento cantar …que o leva para o Mar!
E eu, lama incandescente de um vulcão
Sobre as colinas da Ilusão,
Escorro, perenemente, para o Sonho de um abrigo!
Sonho desfeito nas areias de um deserto espiritual…
Piam mochos, nas nocturnas desgarradas do brilho das estrelas…
Ainda apagadas.
Descansa a luz dos raios de luar, habituada a um constante viajar…
Tudo Sinto…Tudo vejo…Tudo vivo…
…mas não ESTOU aqui, COMIGO!
O brilho dos meus olhos mora nas alamedas
que percorro sozinha
sem ter uma mão na minha…
A lembrança do amor…arrebata-me,
tal a torrente impetuosa dos Sonhos em que sumimos!
O semblante de qualquer ser-amado é como o da Terra-mãe…
…lemos nele o que desejamos ler…
E eu li-me em ti…pedaço absurdo da Verdade da Vida!
Presunção de enamorada
namorada da cantiga mais apetecida…
Nunca estarás de Chegada…
Dei-te ordem de Partida!
Mas viajo, encantada, pela rota da Esperança
Que é a crença na Vida!
É então que componho a minha Sonata!
Dedilho folhas de verdes ramos…
TOCCATA e FUGA!
Saem acordes divinos dos botões em flor
que germinam com o amor de meus dedos a acariciar
sua pele macia ,em acto de louvor!
Eu, pedaço da Natureza em acordes musicais,
sobrenaturais,
toco a música preferida…esta…a da Vida,
que se vê e que se sente
em quem não engana ou Mente!
"Tudo Sinto…Tudo vejo…Tudo vivo…
ResponderEliminar…mas não ESTOU aqui, COMIGO!"
Simplesmente lindo este poema.
Beijinho meu.
Obrigada, meu querido amigo!
ResponderEliminarBEIJINHO
Mª ELISA
Belo e musical, poema, Maria. Muitas vezes a música se cala em nós... e outras tantas se faz ouvir mais alta! :) Boa semana.
ResponderEliminarO ÁRABE, amigo querido: que saudades de te "ouvir"...
ResponderEliminarObrigada pelas tuas doces palavras sobre o poema!
Beijo
Mª ELISA