domingo, 20 de março de 2011

POEMA: NAUTILUS...

FOTO GOOGLE



Mitifiquei o amor no momento da trasfega

de uma confluência cósmica.

O tremor dos astros, atónitos, aliou-se,

para fazer cair meu ninho sobrenatural,

no imortal ensejo de fugir à refrega.



A Lua, ciosa, segurou o seu brilho natural,

que costumava plasmar em teus olhos…

Amedrontada, escondi-me numa concha de nácar

que gritava sons de Mar, para me apaziguar.



Encontrei –me numa convulsão de assimetrias

de emoções, que inibiu a força das minhas ilusões…

A utopia não aconteceu…a retesia continuou

para desespero da alma… que não acreditou…



Na cosmogenia da vida, procuro o telurismo meu

que, de súbito, desapareceu, tornando-me vulnerável.

Planos inclinados do Universo procuram a desesperada alquimia,

na Geometria das operações imperfeitas…

Tintas da cor do mar, apagaram os tons descríveis do teu olhar…

Os cheiros das vidas marinhas devolveram-me a sintonia!



O vulcão dentro de mim, alma –poesia que me alimenta,

força-me a estar atenta …

Coros de deuses e anjos, desalinhados, desafinados da harmonia

hierárquica mística, preparam-se para ouvir o nascer do dia.



Febo, robusto, aparece, imortal, por cima

da montanha vermelha, coberta de lava resvalante…

Apolo, pega na sua flauta de PAN e, a seu lado,

toca as notas da mais bela melodia, no alvor de um novo dia!



É a Vida do HOMEM-SER a acontecer!



Do alto do firmamento inquieto,

detecto uma fina voz, de estrela perdida do “rebanho “ de luz,

confusa com a fúria dos elementos, que lutam pela vida!



Que resta ao Homem, na agonia que os próprios astros consomem,

em desusada euforia?





Atravessa-me um brilho natural, uma luz de luar amigo…

…o que tratou do meu abrigo numa concha de madrepérola…

…no fundo de um mar de magia, com meu cunho de aura-fogo!

Cala-se a Noite. Não toma partido no meu encontro-vida!

Tem medo que me desfaça, tal NÁUTILOS atirado contra a carcaça

portentosa, da imersa montanha, poderosa…



E…

acordo do pesadelo!

A meu lado…

uma concha deslumbrada,

cintilante,

cambaleia

no seu odor de água salgada…









C11L- (MQC)-69/ MRÇ-2011

4 comentários:

  1. Maravilhoso! Sinto o cheiro do luar adormecido na tua concha de nácar e a madrugada, com sabor a sal, olhar-te...deslumbrada!!
    Beijos
    Graça

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  2. Minha querida Gracinha: Obrigada, por gostares! Adorei este poema, quando o fiz!Vale a pena, quando pessoas com sensibilidade como tu, Vêem para além da minha atitude de postar um poema...
    BEIJOS
    Mª ELISA

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  3. Olá
    Espero que não se importe que um simples, velho, antiquado e inofensivo "relogio de corda" seja um seguidor deste seu "passatempo" blogosférico. Um relógio... que na verdade é uma...

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  4. relógio.de.corda: estou muito feliz com a tua visita! e quero que continues a visitar-me...Vou já ver o teu relógio, pois os relógios sâo uma paixão!
    BEIJINHO
    Mª ELISA

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