"As minhas palavras têm memórias ____________das palavras com que me penso, e é sempre tenso _________o momento do mistério inquietante de me escrever"
domingo, 20 de fevereiro de 2011
POEMA: ALENTEJO, SEARA/SOBREIRO
Alentejo do meu mergulho emocional
Em lagos de trigo ondulante…
Lindo de ver e viver,
Quando a leve aragem faz bulir a seara pujante…
Ando por ruelas ermas e sinto-me bem…
…eu –comigo,- neste passo de caminhante…
Toca-me os cabelos a aragem
Que faz vibrar a seara,
Longe da montanha afastada, distante…
Refugio-me no encontro com a voz da poetisa
Que canta a árvore seca…VOZ-SER-ERRANTE…
Cegonhas esfíngicas buscam a fecundidade
Dos campos de grão dourado, esvoaçantes…
Longas asas abertas, bico fusiforme, olhar penetrante…
Provocam, em mim, uma inveja frustrante…
Não tenho asas…busco o meu trigo loiro…
…canso-me da PROCURA e respiro, ofegante…
Ao longe, vozes de mulheres que não param
Para pensar…afagam o trigo, com afã crescente…
Torna-se difícil encontrar a água
Que faria matar a sede de infinitude,
Com que percorro os caminhos
Nesta plana altitude,
Que grita, lancinante, por um sopro
Que varra a inquietude!
Na solidão da planície gritante,
Uma nota de VIDA, por entre oliveiras carcomidas:
ÉVORA, cidade da altiva brancura, no cimo da colina,
Batida pelo sol escaldante…
…calada…misteriosa…apelativa…
Habituada ao martírio constante do choro de FLORBELA,
Bela- flor do AMOR…ausente!
No altar da VIDA deponho rosas e violetas roxas,
Em honra do teu delírio que deambula
Ao sabor do vento
Pelas ruas e vielas onde ecoas…
TU…que foste parte delas!
É então que te descubro,
A tocar os astros com os dedos
Loucos de AMOR
E os lábios, a beijar uma FLOR…
C10 J-67(mqc)-DEZ/010
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Minha querida
ResponderEliminarSem palavras para comentar...as lágrimas não me deixam, voltei à minha planicie...obrigada.
Beijinhos com carinho
Sonhadora
Eu sabia, querida, que pelo menos de ti ,vinha um comentário sobre o teu querido ALENTEJO...
ResponderEliminarBeijinhos
Mª ELISA
Lindíssima homenagem a um povo a uma região.
ResponderEliminarBeijos.
É um poema de amor, MANUEL, porque adoro o ALENTEJO...
ResponderEliminarBEIJO
Mª ELISA
Bonita homenagem
ResponderEliminarPena que a planicie marche para a deserteficação de gente e de pão, com menos espigas há muita água mas que não chega a ninguém. Um dia virá em que as coisas deixarão de ser assim...
Lisa,
ResponderEliminarLinda descrição poética de uma região que conheço de forma sui generis: desde os céus... às entranhas da terra.
Sim!... sobrevoei o Alentejo nas aeronaves que pilotei, colaborei c/firmeza na gestão agrícola e pecuária - privada - no Verão quente de 75, desci ao interior dos solos, na mina de Castro Verde.
Acho que tudo isto, constituiu, um caso de amor telúrico com aquela terra.
Como é que vou ser capaz... de compor o que sinto, em métrica poética?
Bjo
César
César: tens uma vida tão rica...Pensar que eu vivi essa época quente, sem a riqueza das tuas vivências...Cada um tem a vida e as capacidades que tem...não tenhas pena de não ser perfeito, meu querido. Alguma coisa tem que ficar por fazer, para que lutes por ela...Ajudo-te...como?
ResponderEliminarEu , enquanto PROFESSORA, não tinha descoberto a capacidade de fazer estes modestos poemas...o tempo não dava para preparar as aulas, como tinha que exigir aos outros que preparassem, para fazer pesquisa, corrigir testes...
Já fizeste tanto...Há tanto por fazer...
BEIJINHOS DA
LISA
Nota: gostaria de conversar contigo, de outro modo sem tantas testemunhas... vou mandar-te o meu MSN por mensagem...ou o telefone...o que quiseres, para te ajudar a perder essa tristeza de não conseguires poetizar a tua vida..
começa por poemas pequeninos , por DÍSTICOS OU TERCETOS...
ROGÉRIO: esperemos ir ainda a tempo de evitar esse desastre, com a caída desses ogres que só pensam em nos chupar o sangue...
ResponderEliminarBEIJO DE
Mª ELISA
Nossa! Lindo poema. Que amor grandioso...
ResponderEliminarUm beijo, Elisa