quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011


“… deus EM RUÍNAS…”



Eu, ser humano em ruínas,
“deus- homem” destroçado,
procuro a minha reconstrução…
Mas os deuses invejosos,
ciosos das suas perfeições fictícias,
não consentem que levante a minha habitação.

Os deuses falham, também…
Não são perfeitos… pois não!
E eu dedico-me a espreitar a vida interior,
à espera da revelação.

Pequenos , na grandeza que supõem ter,
esses deuses imperfeitos,
exilados do mundo das perfeições,
perderam a magia com que os via…

Seres banais, como os mortais,
condeno-os a progredir no caminho do Porvir,
fazendo o trabalho da reconstrução
do mundo antigo, perdido,
que procuro, em vão…

Recuso-me a ser a ruína de mim!

NÃO QUERO SER deus EM RUÍNAS!

Há meios para me elevar do fim de Mim!
O meu interior imaterial, espiritual,
levanta-se ,severo, contra deuses, com fim…

Noutras minas acharei,
o ouro puro de lei,
que é minh’alma a Sorrir!

Olharei as florestas,
o verde das suas ramas,
os ninhos das avezinhas
e acenderei a chama do meu SER-ESTAR…

Mãe – Natureza! Beleza plantada
dentro do meu sofrer,
ajuda-me a Viver!

Sou druida dos tempos idos
plantada no meu PRESENTE,
que com a força da mente
dará novas flores às gentes.

Vida da minha Vida no campo a germinar,
quando a Terra estrumada, adubada, fortalecida,
me fará parir alegria e beleza
no acto de estar à mesa…

Olhos no Céu
exijo ser Eu!
Ser deus que não morreu,
que não se pôs em ruínas.
que quer outra”HABITAÇÃO”…
onde more um Mundo novo,
que devo reconstruir…

Veleidades? Utopias?
É claro!
Isto é fruto de certos dias…

4 comentários:

  1. Os dias passam
    E a cada nascer do sol
    A certeza dos que não tem.

    O homem passa e o mundo fica.
    Outros nascem
    E encontram o mundo.

    O mundo gira e aglomera vidas
    Algumas chegadas
    E outras partidas.

    Mas ele - o mundo - continua ensinando
    Na total percepção do SER
    Que a vida é bem mais
    Do que se chega a descobrir...

    Bjs
    Tácito

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  2. (...)o sistema da net acabou há momentos de destruir um comentário que fiz, apreciando o teu poema que muito me agradou e sensibilizou.

    Expressei-me usando a mística que me acompanha quando contacto com poemas como este, que tiveste a magna inspiração de criar; achava, disse, que pareces portadora do testemunho do Bem, substituindo os deuses que devemm continuar loucos e com necessidade de que alguém os chame à realidade.

    Queria escrever mais, mas vou abreviar antes que a profana Internet volte a sabotar o m/contacto.
    Beijinhos
    César

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  3. César: por vezes ,acontece essa coisa desagradável, com a "net"...Obrigada por teres insistido...é com prazer que te leio.
    Não, amigo, não estou nada convencida disso! Eu...substituir os deuses? Mas quem sou eu, pobre escritora de palavras escolhidas, que pretendem querer dizer algo lindo?????????????

    BEIJINHOS, CÉSAR
    Mª ELISA

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  4. Tácito, querido amigo: que feliz fiquei por teres comentado!
    Nesse jogo de antíteses que é o teu sábio poeminha, está a verdade das verdades: nunca chegaremos a saber o que é a VIDA!Talvez por isso haja POETAS, Como tu...
    BEIJO MUITO GRATO DE
    MA ELISA

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