quarta-feira, 24 de agosto de 2016

Os filhos do Embaixador iraquiano em entrevista à SIC-----ver artigo completo em www.publico.pt


Filhos de embaixador iraquiano sentiram-se “humilhados e zangados” em Ponte de Sor


MIGUEL PAIS

23/08/2016 - 21:05


Os gémeos iraquianos contaram à SIC a sua versão do episódio de violência com jovens portugueses, um dos quais esteve até esta terça-feira em coma induzido.
Haider e Ridha decidiram falar publicamente sobre o caso de Ponte de Sor RUI GAUDÊNCIO




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Os filhos do embaixador iraquiano em Portugal admitiram, numa entrevista à SIC, que agrediram o jovem português internado no Hospital de Santa Mariaapós um episódio de violência em Ponte de Sor na madrugada de 18 de Agosto, por se sentirem “humilhados e zangados” com a agressão de que foram vítimas.

Os gémeos Haider e Ridha Ali, de 17 anos, encontram-se protegidos pela imunidade diplomática conferida ao seu pai, o diplomata Saad Mohammed M. Ali. A viver em Portugal há um ano, encontravam-se em Ponte de Sor há duas semanas para que Haider completasse a parte prática do curso que tirava na escola de aviação local. Na entrevista, em inglês, quiseram mostrar o seu ponto de vista acerca do sucedido, afirmando que os irmãos, a família e toda a embaixada iraquiana estão a “rezar pela recuperação” do jovem português.

Os irmãos gémeos contaram que começaram a noite no Koppus e que foi nesse bar de Ponte de Sor que Haider levantou parte das calças para mostrar uma tatuagem na perna. Segundo os adolescentes iraquianos, um grupo que incluía o adolescente português internado no hospital abordou-os com “obscenidades” e agarrou as mãos de um deles.

O confronto continuou na rua. O grupo de “cinco ou seis pessoas” terá rodeado e atacado Ridha Ali antes de este conseguir entrar no carro, onde Haider já se encontrava. Segundo Ridha Ali, o grupo de jovens portugueses não acedeu à sua tentativa para que se acalmassem. Fugiram do local mas voltaram mais tarde, altura em que o jovem que acabou hospitalizado ter-se-á dirigido a eles num tom agressivo, em português, e dado um murro na cara e no ombro de Ridha Ali, que se sentiu “extremamente insultado”. Perseguindo-o, os dois irmãos acabaram por o atirar ao chão. Haider Ali afirma que deveriam ter parado, porque “ele já estava no chão, não devíamos fazer mais nada”.

Quando voltaram a entrar no bar, para recuperar objectos perdidos na discussão inicial, a GNR já tinha sido chamada ao local.

Os militares acabaram por levar os gémeos a casa. A cara de Haider Ali apresentava feridas e, segundo contaram, o pé e o nariz de Ridha estavam fracturados. Os irmãos contaram que a GNR os aconselhou a apresentar queixa. No dia seguinte, a polícia foi buscar Ridha Ali ao hospital, onde tinha ido fazer um exame de raios X. Já na esquadra, onde se encontrava Haider Ali, os gémeos esperaram cerca de cinco horas, para que os inspectores chegassem de Lisboa. Foram de seguida “interrogados durante horas”.

Segundo Haider Ali, os irmãos foram informados pela escola de aviação que o grupo de amigos do jovem hospitalizado já causara problemas anteriores a outros alunos da escola. “Estão eles acima da lei?”, pergunta o irmão Haider, após explicar que, embora se comente a sua imunidade diplomática, nada está a acontecer aos rapazes que os agrediram.

Haider Ali, que diz ter feito um teste de álcool nessa noite (e ter acusado 0,58), atribui o episódio a um descontrolo causado por “adolescentes, álcool e mentalidade de grupo”, e que todos, os irmãos e o grupo português, foram “vítimas das circunstâncias que facilmente acontecem em Portugal”. Haider Ali referiu ainda o mediatismo gerado pelo caso, afirmando que todos os dias ocorrem situações semelhantes no país e que “os media estão a aproveitar-se da situação de forma a inflamá-la e a criar mais problemas e escândalos”.

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