sexta-feira, 26 de agosto de 2016

TRUM E AS SUAS "trampas"! HE CLAIMS TO CLEAN USA FROM 11MILLION IMIGRANTS!


Trump tenta dar uma cambalhota na imigração sem dizer que se mexeu


ALEXANDRE MARTINS

25/08/2016 - 20:27


Depois de ter garantido que iria deportar os 11 milhões de imigrantes que estão no país sem documentos, o candidato do Partido Republicano diz agora que só quer deportar os "maus". Nova estratégia incomodou alguns apoiantes.
Donald Trump recebeu algumas críticas de apoiantes mais radicais CARLO ALLEGRI/REUTERS




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Aquele indomável e politicamente incorrecto Donald Trump que garantiu a nomeação pelo Partido Republicano ao pontapé, decidiu experimentar esta semana um novo fato, mais engomado e feito à medida dos discursos moderados que aumentam as hipóteses de vitória numas eleições gerais para a Presidência dos Estados Unidos.

Esse esforço, que começou no sábado após um encontro com líderes da comunidade hispânica, é tão surpreendente que até põe em causa uma das suas promessas mais sagradas, deixando muitos dos seus fervorosos apoiantes a coçar a cabeça – afinal, um possível Presidente Trump já não vai criar uma "força de deportação" e até já considera insensível expulsar os cerca de 11 milhões de imigrantes que entraram no país sem documentos, pelo menos sem que antes se separe os "bons" dos "maus".

Mas se é verdade que Donald Trump está a tentar virar o barco, muitos responsáveis do Partido Democrata e os críticos do magnata no Partido Republicano acham que já é tarde demais. Depois de propostas como a deportação em massa, a proibição da entrada de muçulmanos no país e outras do mesmo género, que o ajudaram a vencer as primárias no Partido Republicano mas que foram afastando uma minoria de cada vez, o barco da campanha de Trump tornou-se num petroleiro tão pesado que qualquer tentativa de mudança de direcção poderá demorar mais do que os dois meses e meio que faltam até ao dia das eleições.


Em Novembro do ano passado, Donald Trump garantiu que se for eleito Presidente dos Estados Unidos irá ordenar a deportação de todas as pessoas que estão no país de forma ilegal – um número que ninguém conhece ao certo, mas que o instituto independente Pew Research Center estima em puco mais de 11 milhões.

No programa do canal Fox News "The O’Reilly Factor", em Novembro, Trump foi várias vezes pressionado pelo apresentador, o conservador Bill O'Reilly, a explicar de que forma seria possível juntar 11 milhões de pessoas e empurrá-las para o México, incluindo milhares e milhares de crianças nascidas nos Estados Unidos. "Vamos fazer tudo de forma humana", respondeu Trump, sem nunca – nem antes nem depois de Novembro – ter explicado os pormenores dessa proposta. E, mesmo que fosse possível, o candidato do Partido Republicano (tradicionalmente avesso ao aumento de gastos públicos) estava também a propor a criação de uma nova agência federal, com a contratação de milhares de novos funcionários.


Nove meses depois, e com a luta pela nomeação já resolvida, Donald Trump começa a aproximar o seu discurso da dura realidade – tanto da vida em geral, como da configuração do eleitorado que vai escolher o próximo Presidente, que é muito mais diverso do que os eleitores que lhe deram a vitória no Partido Republicano.
"Apenas quero cumprir a lei"

Na segunda-feira, Trump regressou ao programa de Bill O'Reilly e começou logo por tentar inverter os papéis – desta vez é ele o mais moderado dos dois, ou pelo menos o mais pragmático. "Está mesmo a repensar a sua estratégia de deportação em massa?", perguntou o apresentador. "Eu apenas quero cumprir a lei", respondeu Trump.

O candidato que defendia a deportação de 11 milhões de pessoas, boas ou más, adultos ou crianças, homens ou mulheres, diz agora que quer apenas "expulsar os maus". "Temos membros de gangues, temos homicidas, temos muitas pessoas más que têm de sair deste país. E eles vão sair deste país tão depressa que a tua cabeça até vai andar à roda", disse Trump. Quanto aos restantes, vão "passar pelo sistema, tal como acontece agora, talvez de uma forma um pouco mais enérgica", disse o candidato do Partido Republicano, salientando que tem sido esta a prática durante a Administração Obama e que foi assim também durante a Administração Bush.

As deportações de pessoas sem documentos durante a Presidência de Barack Obama aumentaram nove vezes em relação aos 20 anos anteriores – em 2014, a Administração Obama tinha ordenado a deportação de dois milhões de pessoas, um número superior a qualquer outro Presidente norte-americano. Obama argumenta que tem as mãos atadas pelo Congresso, onde a maioria do Partido Republicano se recusa a discutir uma reforma da imigração que inclua uma porta para a concessão de cidadania a muitas dessas pessoas. Ainda assim, não se livrou de ser rotulado como "deportador-em-chefe" pela maior organização hispânica de defesa da reforma do sistema de imigração nos EUA, o National Council of La Raza.


A campanha de Donald Trump tinha anunciado que o candidato iria explicar a sua nova proposta em pormenor esta semana, mas esse discurso foi adiado para a próxima semana. Nos últimos dias, Trump tem andado ocupado a explicar aos seus apoiantes mais radicais que não se trata de uma viragem de 180 graus – algo que alguns deles têm alguma dificuldade em acreditar.

A ultraconservadora Ann Coulter, defensora intransigente da construção de um muro na fronteira com o México e da deportação de todos os imigrantes sem documentos, abriu fogo no Twitter contra a aparente mudança de direcção de Donald Trump, dando voz aos que ficaram sem perceber ao certo o que pretende o candidato – "aligeirar" a sua proposta ao deportar apenas os "maus" e obrigar os "bons" a pagar impostos sem lhes conceder cidadania formal, como disse quarta-feira numa entrevista ao entrevistador Sean Hannity, na Fox News; ou manter a palavra dada durante as eleições primárias e cumprir uma das promessas mais importantes no seu caminho para a nomeação no Partido Republicano?



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Ann Coulter
✔@AnnCoulter



Trump: "they have to pay taxes, there's no amnesty" [Pro Tip: "Back taxes" means we pay illegals $30k apiece in EITC.}

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