POEMA: TAPETE-PARA-O-INFINITO...
Quando a noite aparece, uma nova vida resplandece
no seio das florestas, inundadas de novos rumores.
Uivos do vento…nuvens a galope…estrelas a abrirem os olhos…
…animais do escuro a saltarem espaços…gargalhadas de folhas a adormecer…
…tapetes de ervas a aportar do infinito da vida, para descansarem
ao lado de flores silvestres, nascidas aos molhos, à vista de todos os
inevitáveis naturais escolhos…
Meto a noite num poema, onde meu -ser-vai-sendo uma melodia
em que acredito, mas que não consegui completar…
Noite rumorosa de cantatas indisciplinadas, sem pautas de notas ordenadas.
Amo as aves aladas que rasam copas das árvores a cantar
o que no poema me é difícil dizer…
Canto-me no choro da antiguidade de uma outra idade onde foi difícil-ser…
…a dos deuses perfeitos tão imperfeitos…mais que perfeitos…passados!-
-sem futuros anunciados…
(BRELL partiu num tapete-para-o-infinito de um “Ne me quites pas”, que grito!)
O vento sopra para além dos horizontes visuais e eu vou juntando sílabas virtuais
numa história de sentimentos,
nas vivências-eixos-vitais dos meus pontos de interrogação, que não têm pontos finais!
E o infinito sente-se na floresta nos tapetes de sons tecidos,
aromáticos , garridos, dos vulcões de sentidos, das sombras em movimento.
Chega a aurora num tapete de luz…
Voltam os rouxinóis a esvoaçar, cantando, sob o sol, que reluz.
Perfumo a alma e saio vestida de Primavera num tapete para o infinito
do abrir das flores , das verdes ramas a sorver odores de maresia campal,
do som dos ribeiros a deslizar no meio do seu leito nupcial,
a caminho do infinito-mar…
O infinito é tão vago…
Maria Elisa Ribeiro
MRÇ/o13
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