sábado, 2 de abril de 2016

Poema meu
























Quadro do amigo João Carlos Barros






Poema

DO OLHAR LÍQUIDO DAS PALAVRAS

Afaga as tuas mãos na concha das minhas…agora.
Não é porque eu tenha medo das horas,
_________________mas porque receio que,
_____________________órfão das estrelas,
_______________________ possas temer a ausência da Claridade.

Sinto teus olhos no céu azul, iluminados pela Lua
mas sei que, tal como eu, também tens febre de versos
a arderem-de-verdade.

____________Dá-me a tua mão…uma só vez que seja_____________

Não é porque eu sinta que a minha solidão se não veja…
__________mas, porque receio, que a solidão dos teus olhos
___________não sinta a poesia, que irradia das nossas mãos enlaçadas
______________na hora da beleza crepuscular dos nossos olhos…

____________________Pega na minha mão__________________

_________agora… que a terra canta um monólogo de paz
___________pelo repouso das sementes, pelo sono dos insectos
______________pelo descanso das aves-nas-folhas das árvores, pela paz
_________________dos rios cansados de correr para o mar…

_______________________por tudo o que____________________
_____________________nos é dado escutar___________________
______________com a paz-da-nossa-alma-em-paz_______________

Depois, serão nossos versos por escrever,
quem alegrará os dias em que já não teremos as mãos
enlaçadas na solidão do silêncio,
mas sim na Claridade do amor,
que silencia
o olhar-líquido-das- palavras,
com que o vento assobia.

Maria Elisa Ribeiro

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