ESCREVO LAMENTOS
As noites chegam, sozinhas, nos lamentos
do dia, que chega ao fim…
Sozinhas, ficam a ouvir os tiros que o tempo dispara,
num contínuo massacre das horas-a-correr.
Escrevo… escrevo-te…
(sempre o fiz, quando trepávamos pelos raios do escurecer,
lá onde segurávamos as vírgulas do tempo, para não o deixar fugir.)
Escrevo para conhecer a solidão do silêncio distante- de- te- ouvir…
… para que te seja mais difícil partir…para-que-te-seja-mais-fácil-voltar.
Desperta a lua e mantém-se até ao nascer do dia,
a iluminar a esperança onde me estou a manter-a-viajar-em-ti.
Sabes? Se eu escrevesse um poema, escrever-te-ia de modo
a que o céu nos caísse em cima, no calmo anoitecer da montanha
a ver-nos trepar-a-sorrir…
Escrevo-te… porque sinto meus dedos a desmaiar
no Então tua pele,
como cera quente a escorrer em mármore de papel,
a compor uma melodia sensual de encantar…
Escrevo-te, porque não sei explicar
o que me levava a sentir-me abalada e a tremer,
quando tinha que rejeitar o nó entrelaçado de amor,
que por mim trepava no auge do calor do entardecer…
__________Tenho essas palavras guardadas_________
__________inclinadas no meu coração_______________
__________vestidas de seda vermelha______________
__________perfumadas de memórias______________
______como são todas as histórias de amor______
Maria Elisa Ribeiro
JAN/015
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