domingo, 21 de fevereiro de 2016

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Brigada de minas e armadilhas precisa-se

No Público de ontem, Pacheco Pereira publica um interessante e discutível artigo ("Tudo está armadilhado"). Termina aconselhando ao PS, PCP e BE coordenarem mais as suas intervenções sob pena da direita daqui e dos organismos comunitários deitarem em breve abaixo este governo. Certamente os mais diretamente interessados o leram e tomaram boa nota, estejam ou não de acordo com tudo o que diz.



Registo que o país que a comunicação social fabrica é sujeito ao massacre de Passos Coelho, Cristas e outros dirigentes destes partidos mais os comentadores/ propagandistas, mais os grandes patrões a salientarem os aspetos "positivos" do anterior governo e os "negativos" do atual.

E que os dirigentes do PSD que ainda não digeriram a derrota de há cinco meses se contorcem, dizem palavrões e revelam um fundo mau, uma grande falta de educação e de ética no debate político. O desespero por terem perdido o poder pode compreender-se mas dar-lhe um eco excessivo é desvirtuar a democracia, a vontade popular, que deixou de os querer lá, é minar a confiança da maioria dos portugueses em descobrir as virtualidades do tal tempo novo e obrigá-la à força a ver de novo na ribalta os responsáveis da austeridade que varreu o país durante os últimos quatro anos.

O indecoroso comportamento para com Portugal dos dirigentes alemães, dos presidentes do Eurogrupo e do Conselho da Europa e da Comissão Europeia é ofensivo para com a nossa soberania. Se bem que tenhamos sempre também por aqui uma coluna que não será a quinta mas é seguramente a das cócoras disposta a tudo. Por muito que Passos Coelho negue que esteja a trair o país.

As reivindicações dos trabalhadores, as suas lutas não visam apoucar o governo mas comportam um capital que ajuda as políticas alternativas que se começaram a trilhar. Nem só a vozearia dos descontentes com elas vale. A força de quem trabalha também ajudará a conter os seus ímpetos. E os trabalhadores têm revelado capacidade de encarar a complexidade portuguesa à luz da vontade de querer mais e melhores condições de vida e de trabalho e de não aceitar o regresso para a austeridade suicidária de outros tempos.

E nos países da União Europeia há coisas que mexem não só para o aprofundamento do federalismo e da austeridade imposta pelos mais fortes aos mais débeis. Há coisas que mexem em sentido contrário, para o acautelamento das soberanias e políticas de desenvolvimento, de apoio a quem trabalha ou já está na reforma ou sem emprego. A União Europeia quebrou regras na proteção social aos emigrantes por parte da Inglaterra e não poderá exigir amanhã a outros estados-membros que respeitem outras "regras" (que só têm valido para os grandes.
Se o governo do PS resistir às humilhações e agir multilateralmente para que se alterem regras, isso poderá dificultar o caminho aos que, com o apoio dos governos conservadores da Alemanha e da França, já encaram uma União Europeia "reestruturada" avançada também ontem por Cameron, depois da aparente refrega com a Comissão Europeia.


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O euro deu cabo da Europa, os europeus têm que dar cabo do euro (1)


Os países da UE que não aderiram ao euro (Inglaterra, Hungria, Polónia e Suécia) não estão mal de todo. Mas os que aderiram, depois da crise de 2010, ficaram paralisados pela austeridade, a que muitos eleitores reagiram virando o seu voto para partidos populistas ou “eurocépticos” (seguindo a terminologia dos eurocratas).


No plano dos “valores” de que a UE faz gala em ostentar, há que registar o seu desrespeito na agressão à Grécia e agora a Portugal. Com um orçamento comunitário reduzido a 1,25 % do PIB, o euro caiu e arrastou a sua influência recessiva e destruidora, que se faz sentir de há 15 anos a esta parte.

O euro provocou uma acentuada redução do crescimento nos países que o utilizaram. Comparando com as outras economias da Europa, a queda do crescimento médio anual foi de 1%.

A crise foi mais facilmente ultrapassada nos países que não são do euro.

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