segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

É filha do Presidente de Angola...


Isabel dos Santos volta a frisar que não tem qualquer financiamento público


PÚBLICO

28/02/2016 - 19:10


Compra da portuguesa Efacec criou dúvidas na Comissão Europeia. Empresária voltou a dizer, desta vez ao Wall Street Journal, que não tem acesso a dinheiro do Estado.Isabel dos Santos reconheceu a situação económica "difícil" do país FERNANDO VELUSO/NFACTOS




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Em mais uma tentativa para dissipar sombras sobre a origem da sua fortuna, a empresária angolana Isabel dos Santos, filha do Presidente de Angola e que tem vários interesses económicos em Portugal, afirmou ao jornal americanoWall Street Journal que não tem acesso a dinheiro público.

“Não sou financiada por qualquer dinheiro do Estado ou quaisquer fundos públicos”, disse Isabel dos Santos, numa frase que é quase igual à que foi usada recentemente por uma das suas empresas, a Winterfell, cuja compra de dois terços da portuguesa Efacec, por cerca de 200 milhões de euros, suscitou dúvidas às autoridades de Bruxelas.

A Winterfell comprou em Outubro do ano passado, aos grupos José de Mello e Têxtil Manuel Gonçalves, 66% da Efacec, uma empresa de equipamento eléctrico que actua em sectores como a energia e os transportes. No início deste mês, a comissária europeia com a pasta da Justiça, Vera Jourova, informou os eurodeputados que tinha questionado Portugal sobre o negócio, ao abrigo da legislação europeia sobre branqueamento de capitais. Num comunicado posterior, a Winterfell veio assegurar que “não foi financiada directa ou indirectamente pelo estado angolano, ou recebeu de alguma forma fundos públicos angolanos”.

Ao Wall Street Journal, Isabel dos Santos contou que usou poupanças para abrir um bar e que mais tarde criou com um amigo uma empresa de camionagem para abastecer de bebidas os negócios nocturnos de Luanda. “Sou tremendamente independente. Sempre quis estar sozinha e não na sombra dos meus pais”, afirmou. A enorme fortuna de Isabel dos Santos num país que tem níveis de pobreza elevados, bem como a sua ligação ao regime político, é alvo frequente de críticas.

A empresária reconheceu também o momento complicado que a petroeconomia angola atravessa. “A situação económica é hoje difícil. Com os preços baixos do petróleo, estamos sem dúvida a sentir um beliscão”.


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