quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Poema:











Poema:




APROXIMA-SE O OUTONO




Aproxima-se o Outono que roça os parques e os campos
com a flor cinzenta de uma neblina densa:
lambe as faias com um castanho avermelhado,
dá aos carvalhos e plátanos um invejável tom dourado,
que quebra a monotonia colorida do quente verão.


Batalhões de pinheiros secos presenciam a mudança,
(eles que permanecem imutáveis);
e todo o campo está coberto por um céu de nuvens vestido,
enquanto ao longe se ouve, mais perto, o badalar dos sinos das igrejas.





Abrem-se as muralhas do céu, com o sol a mover-se,
________assomando, lentamente,
___________ por detrás das colinas e dos montes.




De memória, toco a música de um jardim encantado;
___aproximo-me da madrugada-a-romper e ouço um canto
______a ondular- para - sempre, como os mares sem marés
________do país das fadas de onde fui forçada a sair,
no tempo combinado.]




É desproporcionada a alegria da mudança com a realidade-de-ser!




É o Outono a chegar!
________________ É o mundo a mudar!
_____________________ Sou Eu a mudar com ele!




E o pensamento, enevoado à medida que a memória
de todas as paisagens da vida se vão fixando
em páginas de livros e folhas de papel,
revigora-se com a força das palavras que se renovam
no seu Outono, como dourados favos de mel.




Cheira a loureiro e a salmonete das colinas, entristecidos,
quando lhes viro as costas para não
deixar perder aquela visão das ondas do mar
do jardim das fadas, onde quereria continuar-a-ser.




Hoje, rugem os ventos…caem as folhas…gemem as árvores …embacia-se o tempo…
…saltam as águas do mar, sempre iguais-sempre diferentes.
Chegou o Outono e esmorecem os lírios…esvaziam-se as searas
onde secam as papoulas rubras, que ajudaram o colorido nascer do grão.




É Hora da Terra descansar…




Maria Elisa Rodrigues Ribeiro
SET/014

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