
Poema
RUMORES POÉTICOS
Não há verdades indiferentes…Há rumores de verdade…
Todas elas são, em pleno, uma convicção
que germina na força,
que se realiza nas correntes de sangue,
que são a raíz da nossa humanidade.
Um poeta sente-as nas palavras que correm pelo papel, diferentes, encadeadas na vida que rebola montanha abaixo, levando constelações como cavalo em tropel.
As pedras e as estrelas sujeitas e condicionadas a forças obscuras, cobrem a beira do caminho a transformar-nos em árvores de raízes puras, assentes na coragem de soltar palavras que vêm do profundo húmus interior.
Assim será a face do poeta, ao revelar a maturidade do sabor dos frutos amadurecidos, aguerridos na dor de nascer. Assim recria o semeador o seu novo dia, sabendo que a verdade da vida é o que sobra de todas as outras verdades do esquecimento profundo, com que o mundo lhe pára nas mãos.
Um rumor salta o muro do deserto…Sobe montanhas, rios e mares, pula entre as constelações e cai na beira do caminho, perto da fragilidade do mundo dos poemas livres…
Minha mão aberta estende-se, em concha de puro nácar e recolhe as sílabas perto do coração para dar asas à liberdade da Emoção, num pensamento poético…
Maria Elisa Ribeiro
DEZ/014

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