HOJE, A SOLIDÃO É VERDE…
Dantes, a meu lado, incómodo e adormecido,
estava meu-eu-não-liberto, inconsciente, escondido.
Mas esse lado cresceu…
Passeou pelas margens dos canais emparedados,
nos rios melodiosos -a-correr para trigais orgulhosos…
Viu águas-tempo-a-deslizar
nas flores a desdenhar os sopros de vento…
Alimentou-se e viveu na palavra que floriu, se libertou e viveu,
cheirosa, como cravo de Abril-do-contentamento.
Companheiro infatigável de cruzadas navegadas
à força de águas-mil, bebe comigo, agora, o fel que o fado
tinha reservado, numa guitarra chorosa de saudades
da alegria febril.
[A Pátria é o céu onde te perderes…
E quando de Ítaca regressares,
meu corpo te tocará no espírito que me habita.]
Hoje, é verde, a solidão!
Verdes campos…………….verdes ventos…………..verdes madeiros
no mar da esperança de , a teu lado, navegar!
…verdes ramos a rebolar ao vento das madrugadas de verdes lembranças,
sob uma lua cigana de agitadas temperanças…
Hoje, a solidão é vermelha de rubor…
É fénix renascida em chamas de calor de lava a escorrer
pelas ravinas ,
em curvas de contentamento…
…e legiões de estrelas passam à margem de um mundo-dedo-de-mel
consciente…………..determinado…………..profundo como um batel…………..
[D’Antes-Outrora,
o Agora foi o Presente-inconsciente-do-Futuro.]
Nas brancas águas dos rios,
de sussurros imemoriais,
não há grilhetas que prendam ,
o ouro dos girassóis.
E em Paris,
no meio de tanto frio,
prometo enrolar-me a ti,
sem temer a neve
que possa cair no rio.
Nesse mesmo perene instante,
a solidão é de um verde forte…
Verde – Esperança que brilha-e-rebrilha,
nos olhos de uma criança…
Maria Elisa Rodrigues Ribeiro
C.S.-(ERT)-FEV/013-REG 18
Sem comentários:
Enviar um comentário