segunda-feira, 19 de agosto de 2013

POEMA(inédito): ALFABETO de ILUSÕES







ALFABETO DE ILUSÕES


Quando o sol se cansa de brilhar
é hora de a noite acordar.
…e acorda, anoitecendo…
…e meus sonhos cavalgam pelos mistérios do  escurecer,
nos raios do luar.
-------------------------------------As brisas não têm força para fechar a porta onírica
-------------------------------------onde as flores se transformam em delícias-do-absurdo…
-----------------------------------…onde as neblinas se afastam dos montes
------------------------------------com passos de veludo, e se encerram nas águas do mar
-----------------------------------que se esforça por descansar,
-----------------------------------quando as sereias assomam à crista das ondas plácidas
------------------------------------para sorver o devanear.

Invento, nesse momento, um alfabeto de ilusões,


que disperso nas nuvens-a-voar                                           ao encontro do próximo

sol, a nascer!




Navegante no sonho de me encontrar,

crio versos-universos                             caravelas de letras a vogar


                                nas ondas do pensamento-mar! 
    

Meu sono gela
ao passar pela infância-------------------o Outrora do meu Agora!  


Mas as palavras, complacentes, devolvem-me ao ar dos campos
e ao restolhar da vida da floresta,
                                                            onde o sol se apresta a clarear.


Acordo na minha cama-alfabeto com o doce cheiro
do verde brilhante das sílabas dos campos,
onde rubras papoilas se agarram ao trigo loiro
no aroma de frutos maduros, macios como uma infância
escondida em mística redoma… 

E no ar soa uma onírica lira…
Oiço-a num lençol de espuma lexical
onde grito ao vento a minha ira
feita de mágoa,
num verso de dor-amor-vida!


Maria Elisa Rodrigues Ribeiro


Marilisa Ribeiro-Nov/012-CP 15(VDS)-REG-123QP  



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